February 17, 2003

dEaR dIaRy: bAd RePuTaTiOn

Meus momentos festa do Bogey definitivamente não são tão legais, principalmente quando eu coloco na cabeça que eu TENHO que sair - e logicamente acabar fazendo merda - por motivos que vão de idiotas a infantis.

Não, eu não tenho que provar nada para ninguém, não sou daqueles que se preocupam em fazer social forçadas para não serem vistos como "anti-social-depressivo-que-dá-fora-em-todo-mundo-sem-contatos-e-la-la-la" e, principalmente, não tenho nada a ver com o que pessoas fazem de suas vidas quando não estão perto de mim, mas mesmo sabendo disso tudo eu saí de casa mesmo tendo ciência de que isso não iria prestar. Exato, Kinho Dickinson in "troco mode" não faz nada que preste e mais ainda quando conta com a presença ilustre de coisas que não colaboram muito com sua normalidade.

Diante de três opções, lá vai Kinho ao encontro da que seria a sua última opção de festeeenha, arrumando-se as pressas, mutilando-se com o barbeador e descolando um refrigerantezinho furreca de última hora para não dizerem que chegou de mãos abanando.

O salãozinho estava lá, as pessoas enjoadas estavam lá, as musiquinhas de gosto altamente duvidoso onde você poderia mostrar as amídalas pelo útero, caso você tivesse um, idem, mas a(s) pessoa(s) interessante(s) também estava(m) lá... sem contar as comidinhas e as bebidinhas... o cenário perfeito.

Muito bem... a festinha acabou. Hora de ir pra casa... dos outros, claro. Terraço, tendinha, RPG... uma (des)graça. Eu eu lá, no meio daquele bando de gente até que bate o anúncio da noção do ridículo e decido ir embora. E quem impede a minha passagem? O tal do Duque - o cachorro vira-lata, claro - que estava solto e com os caninos altamente receptivos. E lá vai Kinho protagonizar mais uma cena LINDA pulando uma "muretinha", chegando ao telhado de um barzinho para se pendurar no muro logo a frente e descer pela sacada... só que Kinho, o esportista, muito simpático e comunicativo a esta altura do campeonato, esquece que altura não é uma coisa que ele tira de letra e mesmo já tendo feito besteiras suficientes naquele sábado, ele volta no meio do caminho fazendo, muito sutilmente, com que prendessem o cachorro para que ele pudesse sair como entrou: pelo portão.

"Quando chegar em casa você liga para não ficarmos preocupados..." E mesmo tendo sido no plural eu tenho que falar: Ooooonnnnn! Tudo bem que estava de madrugada e eu já estava na minha segunda meia-noite graças ao Horário de Verão - que já foi tarde - mas que o povo tem mania em acreditar que você pode ser assaltado/assassinado/estuprado/seqüestrado/tudo-de-uma-vez só porque está saindo sozinho aquela hora da madrugada, isso tem! Porém, mais uma vez, lá vai Kinho andando(?) pelas ruas já não tão movimentadas, com suas mãos nos bolsos traseiros como de costume, com a cabeça abaixada e o cabelo - que já estava totalmente engordurado a essa altura do campeonato - jogado na cara quando luzes, buzinas e gritos começam a se aproximar.

AÊ LINDINHO!!! VAI PRA *não decifrei o lugar de destino* ???!!" Olho por entre os cabelos... era uma Kombi absurdamente lotada, cheia de possíveis candidatos da UERJ incluídos naqueles 50% que já virou polêmica por aqui. Quem havia gritado? Uma mulher que deveria estar usando algum emplacamento do tipo "Cuidado! Veículo Longo..." em suas costas e que estava com a metade do corpo - e olha que isso não é pouco - para fora da minúscula janelinha da Kombi gritando e chacoalhando os braços. Não fiz o menor esforço em levantar a cabeça ou exibir qualquer reação indicando que estava conseguindo vê-la, foi aí que veio o segundo grito: "OLHA PRA MIM Ô CARALHOW!" E as mulheres reclamam quando homens fazem isso, huh? Sei...

Ainda caminhando e depois de passar por trocentos cachorros que provavelmente estavam fazendo passeata - não vou filosofar sobre eles e muito menos contestar a superioridade dos gatos, até porque um animal que come o próprio vômito não merece o menor respeito - eu cheguei em casa onde eu tomei um belo banho frio e fui comer mingau de Neston, excuse me?

Eu sempre estrago tudo? Não. E sempre ME estrago todo. Incluindo as performances musicais aplaudidas, estrelinhas, balançadas em árvores e todo o conjunto que caracterizam o ginasta-olímpico frustrado que eu não sou. E por que eu faço esse tipo de coisa quando eu não estava afim de fazer? Burrice. É que segundo terceiros eu sou assim ó: paranóico, orgulhoso, infantil, pegajoso, ciumento, individualista, egocêntrico, gosto de prender as pessoas nos MEUS planos e outras coisinhas mais, sabe? Aí eu tenho que fazer merda para mostrar que eu não sou isso e não estou nem aí para a hora do Brasil? Rá. Não acho isso lá muito construtivo, por motivos que vão desde "autoenganação" até sei lá onde, mas muita gente acredita que essa é a melhor solução.

Resultado? Dor no corpo, garganta irritada, doril e companhia. Desastre total? Nada! Algumas partes foram muito boas... :o)

"Circles" - The Used
Kinho Dickinson

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