the book is on the table

eis que eu estou na frente do computador sem fazer nada. ok, isso não é lá uma novidade, mas eu não costumo acordar às dez horas da manhã depois de ter dormido às seis da manhã para não fazer nada, sabe? o fato é que era para eu estar fazendo coisas mas, não, estou aqui fazendo "u-u-u-uuuuuu" porque, sim, eu gosto de all-american rejects e, não, eu não consigo escrever sequer um parágrafo com alguma coisa que preste. também não consigo ler porque eu não sou um bom leitor, mas isso você já sabe. o que você não sabe é que eu estou frequentando bibliotecas e, não sei se é falta de experiência ou se é aquela biblioteca especificamente, mas estou achando tudo muito moderninho. você não tem mais contatos com os livros, agora você tem que consultar tudo naquele computador com aquele programinha desagradável e ineficiente e depois ter que anotar tudo num papelzinho usando aquelas canetas com aquelas correntinhas evita-furtos e levá-las - as anotações, não as canetas - uma de cada vez para aquele homem com cara de cansado que acha que você quer conversar e fica sendo simpático e comunicativo e fica te fazendo mil e uma perguntas com absolutamente nenhuma relação com aquilo que você está querendo e a coisa toda. pior ainda é quando o sistema de computadores não está funcionando e você, que anotou o nome dos livros que você gostaria de levar pra casa após fazer o seu cadastro na biblioteca-que-não-possui-um-acervo-muito-bom, tem que aguardar pacientemente o moço localizar os livros pra ti você. o que nunca deixa de funcionar é o tal do detector e isso não é uma coisa boa porque, não sei se você sabe, mas eu não sou um ser muito convencional e na falta do que fazer passo sem querer com um livro pelo tal detector que aciona o pseudo alarme fazendo com que todo mundo pare de fazer o que estava fazendo para olhar o que acontece. como se alguém nos dias de hoje iria perder o seu tempo roubando qualquer coisa de vigotski ou piaget, huh? pior ainda sou eu andando pela rua com uma estranha combinação de all star, calça social e sobreposições, cheio de livros, pagando de cult com aquele ar de "eu-vou-começar-uma-conspiração-aqui-no-ponto-de-ônibus". se bem que, a julgar pelos títulos, seria mais fácil eu passar por pedófilo. deprimente, eu sei.