March 17, 2004

cOnTa CoMiGo_

"The kid wasn't sick. The kid wasn't sleeping.
The kid was dead."

A julgar pela foto, você deve estar pensando: "Ai, lá vem aquele chato fazer mais um post reclamativo cheio de frasezinhas estúpidas que ninguém quer ler falando sobre um filme infanto-juvenil qualquer dos anos oitenta." Pode até ser verdade, mas quem disse que eu estou preocupado com aquilo que você está pensando? Ao contrário do que muita gente acredita, isso aqui não é um jornal, uma revista de fofocas ou qualquer coisa que o valha e assim sendo, eu não tenho a menor obrigação de atender a clientela. Até porque você já leu por aqui que quando você tenta agradar alguém você acaba não sendo honesto consigo mesmo e tenho certeza que falsidade ninguém estar afim de ler, certo? Pois é.

Então, imagens não fazem mal a ninguém e, não que eu queira abrir uma discussão sobre isso, mas um dia desses no mundinho live journal - notar como eu segrego as coisas - surgiu uma frase interessante que dizia mais ou menos algo como: "todo mundo já viu goonies". Como assim "todo mundo" já assistiu ao filme Os Goonies? Eu não assisti. Na verdade eu já assisti cenas, partes, gente escorregando daqui, fedelhos procurando tesouros dali, aquele cara feioso que até hoje eu não sei o que era... enfim, o básico. Realmente nunca tive paciência para assistir ao filme na íntegra e acredito que assim como eu - ou até mesmo a outras pessoas que não assistiram uma cena sequer - existe muitos outros que também não o fizeram. Claro que eu não levo a ferro e fogo quando alguém diz "todo mundo" tanto quanto eu não acho que alguém vai realmente chorar rios de lágrimas. Hipérboles existem e todos adoram. O fato é que criou-se um "bafafá" ao redor de Os Goonies que eu não gosto. Colocaram o filme como um ícone dos "80s" e se você não assistiu você não é nada porque, convenhamos, agora é in você ser nostálgico, abrir fotolog para relembrar das Patotinhas e falar de coisas que muitas vezes você nem conheceu. É como se eu usasse o Kichute, odiasse amarrar aquele cadarço horroroso na minha canela - e odiava, mas minha mãe aparentemente achava lindo - e agora ficar lembrando disso como uma coisa gloriosa só porque todo mundo acha o_auge da estética contemporânea. Isso quando você não fala do Neutrox como se ele não existisse mais, claro.

Acredito que há uma grande diferença entre lembrar dos tombos homéricos com o tal do Pogobol(?) para constatar que sua infância/juventude era mais saudável do que a infância/juventude atual - que tem como grande aventura os desafios de Counter Striker, por exemplo - e sair por aí gritando que amava o Juba e o Lula só para afirmar alguma coisa. Mas, enfim, lá vou eu me desviando do assunto quando na verdade bastaria dizer que, como insinua a imagem no topo do post, eu prefiro o filme Stand By Me. E olha que não tem nada a ver com achar aparentemente divertido gritar "Bola de Sebo! Bola de Sebo!" ou se surpreender ao finalmente ligar o nome à pessoa e descobrir depois de anos que o Jerry O'Connell, que até então só brincava com baratas, fosse aquele gordo desengonçado, que piora consideravelmente com aquela voz de marreco com asma que colocaram pra ele na dublagem. Tipo aquelas propagandas de antes-depois. Será que o meu processo foi inverso? Enfim, só acho que o filme resgata muitas coisinhas legais. Coisinhas que a gente não vê mais por aí. Coisinhas que as crianças, que quase matam para serem chamadas de pré-adolescentes, não fazem mais. Coisinhas nostálgicas. Coisinhas essas que eu não vou ficar listando e comentando porque sinceramente ninguém merece discursinho patético de oi-como-é-legal-a-infância ou ainda pagar de Spice Girl levantando a famigerada bandeira de Friendship Never Ends. E o que tudo isso tem a ver com a história? Na verdade eu jurava que você soubesse e pudesse me responder. Como diria o Gordie: "It's stupid, it's a stupid waste of time."

"Stand By Me" - The Temptations