April 30, 2004

bLoG tImEs_


"You've always been crazy, this is just the first
chance you've had to express yourself."


Eu sinceramente não sei mais o que escrever aqui. Juro que não sei. Nem acho que tenha um porquê específico, sabe? Acho que é a junção de várias coisas, mas eu não vou ficar filosofando sobre isso. Não agora, porque agora falta pouco para que você não tenha mais que aturar as minhas infinitas reclamações - muitas vezes infundadas - e afins. Tudo isso porque, aparentemente, eu sou um metódico inveterado. Além disso, estou completamente, profundamente, terminantemente e vários mentes entediado e um tanto quanto insatisfeito. E você sabe o que acontece quando eu estou assim, não é mesmo? Exatamente: reclamações fúteis e superficiais que tomam uma profundidade inesperada dentro de mim. Sem conotação sexual, por gentileza. Está tudo muito chato e eu cheguei a conclusão de que quase todo o mundo é formado por chatos. Sem conotação sexual, por gentileza. Pode até ser um problema pessoal, mas eu tenho uma momentânea necessidade de demonstrar que eu acho isso. Já comentei sobre a sensação de férias infinitas, não? E isso até poderia ser uma coisa boa se eu pudesse voltar no tempo, me teletransportar ou qualquer coisa do tipo, mas aparentemente meu trágico destino é passar meus dias sentado nessa cadeira de rodas, em frente a esse mesmo computador, escrevendo coisas que: 1) ninguém vai entender; 2) alguém vai pensar que entendeu mas no fundo apenas fez interpretações egocêntricas e tão estapafúrdias que não merecem o menor comentário; 3) alguém vai entender e vai guardar pra si mesmo. Ou nada disso.

Toda aquela sensação de deja vu, tão comentada há alguns posts, se faz presente. Não que ela seja crônica, mas essa coisa de "não fode nem sai de cima" não é comigo. Tudo muito previsível, às vezes. Está faltando, sabe? Faltando vontade. Faltando retórica. Faltando aquela comunidadezinha das antigas. Faltando as festinhas na caixinha de comentários mais legal. Faltando posts sobre reality shows dizendo que eu estava torcendo para a participante que ninguém gostava. Faltando fazer piadinhas e posts pseudo-críticos sobre o fato de todo mundo sempre ter algo novo a falar sobre Ayrton Senna nessas comemorações(?) de não-sei-quantos-anos de sua morte. Faltando falar da vontade de ver "Cazuza", "Olga" e "Alexandre, o Grande", que ainda nem entraram em cena. Faltando comentar que ficar escutando o tema dos Ursinhos Carinhosos - repetidamente é divertido. Faltando simplicidade. Faltando individualidade. Faltando The Smiley Novel. Faltando Hora da Letrinha. Faltando ele. Faltando ela. Faltando eles. Faltando nós. Faltando eu. Coisas assim, sabe? Eu deveria escrever descompromissadamente, mas a verdade é que eu fico pensando mil vezes antes de postar as coisas e edito, edito e edito. Tudo me incomoda. Se as coisas estão do jeito que eu quero, se eu consegui apresentar um jeito melhor de contar as coisas... enfim. Isso porque você não viu quando eu começo a implicar com as horas e os dias, que começam a ser cadenciados por uma lógica nula, que só existe na minha cabeça. Tudo num sistema super TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo.

Talvez seja só uma nostalgia idiota, mas tenho saudades do tempo em que o Blog World era mais... elitista - e conseqüentemente mais legal. Grupos seletos, com pessoas agradáveis, disputas "saudáveis" e tudo mais. Pessoas perdiam tempo arrumando a sua casinha para apresentar coisinhas legais e super inovadoras aos seus vizinhos, que perdiam tempo lendo posts alheios, que por sua vez muitas vezes tinham coisas interessantes para dizer - um grande diferencial, eu diria. Quase ninguém tinha webcam e os que tinham faziam questão de montar suas comunidades, para "fazer propaganda" do seu blog. Diferenças, diferenças. E o que restou agora? Esses outros logs da vida? Bullshit. Somente uma grande fábrica de produtos completamente homogêneos - apesar de uma pseudo-diferença momentânea - encapados por uma estética que varia de estereótipo para estereótipo. Ídolos de barro, que na maioria dos casos não tem absolutamente nada para acrescentar e que mesmo assim ajudam a manter o ciclo do "passa no meu flog", que nada mais é do que uma tentativa fútil e superficial de se tornar esses pseudo-fenômenos, que aparecem em jornais e revistas especializados, dão entrevistas e se tornam "celebridades internéticas" pela incrivel capacidade de não fazer... nada - na grande maioria dos casos. Tudo muito vago, tudo sem nenhum propósito. Não que antes não houvesse esse tipo de coisa, não que todas as pessoas do mundo sejam seres desprovidos de massa encefálica munidos com uma câmera digital de última geração, o fato é que posts não podem ser corrigidos no photoshop e, desculpe, mas um blog não se sustenta só porque você mostrou um pouco de carne, acompanhada com uma frase qualquer de um poeta qualquer. Você pode até dizer que eu não sei do que eu estou falando, mas quem se importa?

Acho que estou precisando me aposentar e admitir de vez que o tempo disso tudo acabou e sair dirigindo por aí com a Nina Persson. Sem destino, direção e tudo. Com sorte atropelar seres humanos, dando minha singela contribuição para a extinção da raça e, claro, buscar o Gato Félix, que injustamente foi arremessado para fora do carro. Ele é legal e pode fazer companhia para o Nelson. A propósito, por favor, chamem um médico urgente porque ele ainda não está legal. Sabe como é, essas aventuras de metrô, chuva, viagens, voyerismo etecétera e tal, diminuem a vitalidade dos seres e agora ele pode começar a descosturar mais e vão criar mais ruguinhas e ele vai descosturar de vários lados e colocar coisinhas pra fora e morrer. Socorro. Aventura, emoção e mesmo que tudo acabe, não se render nunca. Thelma e Louise, sabe? Tsc. Claro que não sabe. Se soubesse não estaria aí plantado nessa cadeira. A propósito, a Thelma também é Dickinson e tudo pára por aí.

"Lucky" - Radiohead

April 26, 2004

tHe pOwEr Of LoVe_

Filmes, filmes e filmes. Atualmente queridos companheiros e incríveis aliados no combate ao tédio. Do fantasma à atendente de telemarketing. Da tribo de adolescentes posers à bola de volleyball perdida no meio do Pacífico Norte - ou seria Sul? De tudo um pouco. Aliás, esqueci de comentar por aqui que o Wilson é a melhor coisa do Náufrago e se você parar para observar, quem na verdade beija a Demi Moore é a Whoopie Goldberg - já que o Patrick Swayze não passa de um fantasma. Em todo caso, concordo que a cena na íntegra iria ser um pouco forte. Bom, o que importa é que daqui a pouco começa mais um filme. E tenho que registrar que outro dia o Intercine acertou. Sério. Ao contrário do Corujão, que mesmo de abertura nova consegue estragar tudo colocando aquele cara feioso - que exibia os pentelhos para quem quisesse ver - caindo do alto de um prédio através de efeitos precários, terminando morto no chão; de bunda pra cima, todo ensanguentado. Disgusting. Pior ainda sou eu usando ponto e vírgula, mas você releva. Enfim, acertou porque passou um filme certo na hora certa. Aquela velha formula mágica da mocinha que se apaixona pelo rapaz rico, tendo de cenário uma pacata cidade do interior de um lugar qualquer dos Estados Unidos e tra la la. Praticamente um remake de "Meu Primeiro Amor" batido no liquidificador com pitadas de "A Cura", "O Casamento do Meu Melhor Amigo", etecétera e tal. Tudo isso até que a infeliz resolve soltar algo como: "some people live their whole lives and never fall in love. I lived my life. I fell in love."

Pode ser fofo, legal, engraçadinho, agradável e contagiante, mas amor só fica bonito nas telas, telinhas e telonas - e nas letras de música, obviamente. E é impressão minha ou a maioria das pessoas assimilam vida com essa palavrinha dúbia que é "amor"? Como se amar fosse tudo na vida e todos os seres humanos fossem predestinados a se apaixonar, claro. Agora é a parte da história que você vai dizer que uma vida sem amor é uma vida triste. Não concordo nem discordo, mas observe que é por causa de extremos que há essa "corrida do ouro" versão Dia dos Namorados. E se você não captou a mensagem, vamos voltar um pouquinho e trocar de filme para ouvir mais uma vez o que aquele mesmo fantasma dizia: que muita gente diz "eu te amo" sem querer dizer nada. E isso é verdade.

Não é questão de formular visões céticas ou qualquer coisa que o valha, mas eu acho toda essa lenga-lenga ao redor desse assunto muito nonsense, contraditória e, principalmente, utópica. E olha que eu não precisei dizer que tudo isso é inexistente, já que os próprios apaixonados afirmam isso. Duvida? Há pouco tempo atrás a Vaca Amarela ainda gostava muito do Boi da Cara Preta. Muito apaixonada, ela espalhava para os quatro cantos do mundo que ela o amava com todas as forças da sua alma, com todo o ar do seu pulmão esquerdo, que o amor que ela sentia por ele duraria para sempre porque nada pode ser maior e melhor e... enfim, toda aquela papagaiada de sempre. Ninguém duvidava dos sentimentos dela, mas com o tempo a relação foi se desgastando e ela descobriu que, mesmo não sendo preconceituosa, preto não combinava com amarelo. Infelizmente os dois rompem um relacionamento lindo até que, um belo dia, a mesma Vaca Amarela encontra em um forró nos confins do Amazonas - note que eu poderia citar Acre, mas aí muitas pessoas iriam pensar que é um exemplo verídico ou subliminar e isso não iria dar certo, até porque eu ainda não fundamentei a minha teoria de que não existe vida no Estado - encontra o Boi Bumbá. Passinhos pra lá, passinhos pra cá e a Vaca, pra lá de Bagdá, se entrega completamente a esse affair e o resto da história vocês já podem imaginar: ela encontrou o novo amor da sua vida da última semana, negando a história com o Boi da Cara Preta, que passa a ser um erro e que na verdade ele não era o amor dela. E assim continua o ciclo da vida - note que agora ficou aquele ar de oi-o-macaco-velho-de-O-Rei-Leão-vai-aparecer-a-qualquer-momento. (...) Lenda por lenda, até o ET de Varginha é mais coerente.

"The Loneliest Person I know" - Splender

April 23, 2004

tHe SaMe OlD sHiT_

Nobody knoooooows iiit... mas talvez o meu pensamento não seja lógico, sabe? Porque dentre muitas coisas, eu consigo ter o dom de lembrar do Dia do Índio e sequer ter a decência de lembrar da Inconfidência Mineira, que afinal de contas me rendeu um belo feriado prolongado já que combinou com ponto facultativo e um novo feriado extremamente "bairrista", por causa do Zumbi - coisa que eu também não me liguei. E eu fico me preocupando/comemorando esse feriadão como se eu não fosse altamente desocupado, ou é impressão? Quem vê pensa, como dizem. De qualquer forma, o que importa é que agora eu tenho um feriadão para fazer... nada. Não tenho nenhuma grande novidade. Internet se torna cada vez mais questionável a cada dia que passa e acho que o único fato "novo" e que até renderia algo para contar foi o de eu ter andado de trem. Bronzeado estou. Sabe aqueles bolos de chocolate que colocam dois moranguinhos em cima? Minhas bochechas e eu. Grande parte da culpa eu jogo em cima desse simpático passeio(?), que foi um erro completo. Começando pelo Sol, passando pelo calor, pela multidão e culminando naquele trem. Como eu estava com a noite "virada", tudo piorou consideravelmente. Não que eu seja fresco, metido a besta ou qualquer coisa que o valha, mas como eu adoro uma reclamação, quando entrei na tal "condução" eu já me senti no Harley. Sério. Tudo muito sujo, pichações do terceiro comando, aquelas escrituras românticas do tipo "Jussara ama Washington", vendedores ambulantes que vendiam desde desentupidor de fogão(?) até a própria mãe, tudo por um real, etecétera e tal. Rimou. Até comprei até um pacotinho de balas por dez centavos para fazer uma social, mas acho que não adiantou muita coisa já que as pessoas continuaram olhando pra minha cara como se eu fosse o_diferencial do ligar. Dá pra contar nos dedos as vezes que andei de trem, é verdade, mas toda aquela magia infantil que os trens tinham foi arrasada completamente dessa vez. O ápice foi a volta. Bem na estação que eu estava, chegou um trem lotado de pessoas com camisas do "Framengu", com cabeças e camisetas sendo rodadas pela janela e gritos de "Mengooooooo". Todo mundo sai de dentro praticamente na mesma hora, tipo arrastão, quase me atropelando, em direção ao Maracanã. Medo. E, só a título de curiosidade, tem alguém ainda perde tempo lendo isso aqui ou você é apenas mais um que apareceu procurando por "gata molhada do gugu", "neutrox cu" e derivados?

"Secret Smile" - Semisonic

April 22, 2004

aR-cOnDicIoNaDo_

Acho que a tomada do meu ar-condicionado está esquentando. De novo. Não contei? Estava fazendo calor, muito calor, um dia desses. Na verdade uns dias, porque o outono decidiu fazer o que o verão, felizmente, não fez: calor, muito calor. And I really mean it. Já mencionei que eu não suporto calor? Pois é. E para coroar toda situação, comecei a sentir um cheiro de queimado e só depois de preciosos minutos eu fui descobrir que o cheiro era da tomada do meu já mencionado ar-condicionado, que já estava um pouco derretida. Passei a fazer sauna ao invés de dormir porque, não, o meu quarto não é o paraíso das brisas matinais e o ventilador Faet barulhento - nem tanto, porque ele não abafa totalmente os barulhos indesejavéis - não é muito eficiente. Até aí, dos males o pior, pois não que eu tenha talento para garota-do-tempo ou queira transformar isso aqui em um grande site meteorológico, mas tenho que mencionar que no dia seguinte o tempo mudou e ficou tudo não-quente. Choveu bastante de madrugada e deu uma refrescada. Depois permaneceu o tempo nublado, que deveria se prolongar pelos restos dos meus dias. Quem não gosta, tudo bem, eu não pretendo viver por muito tempo. Pelo menos eu não tive que dormir de janela aberta. Só que um dia depois - estão acompanhando a passagem cronológica? - os técnicos(?) vieram dar uma olhada no aparelho. Tudo bem, eu sabia que eles viriam, mas eu estava com sono, sabe? Então eis que eu acordo com os caras já dentro do meu quarto, arrastando as coisas, para poder dar uma olhada no ar-condicionado - notar que eu estou enjoando de escrever essa palavra. Tem coisas que só acontecem comigo ou é impressão? Contudo, sequer me dei ao trabalho de levantar da cama. Tudo ficou ajeitado - menos os móveis, que eles não colocaram no lugar - e eu voltei a dormir. Conclusão: o problema era na tomada e não no aparelho. Tem certeza? Porque, como eu disse no início desse post, acho que a tomada do meu ar-condicionado está esquentando. De novo.

"Sunburn" - Muse... ainda.

April 19, 2004

bLaNk_

Sei lá, feliz Dia do Índio?

"Sober" - Muse

April 13, 2004

eAsTeR aWaY_

Caixinha de bombom na minha porta, nada de ovos de páscoa e nada de abraços ou beijos. Síntese Pascoal(?). Na verdade também teve essa festinha que eu não fui. Eu uso como desculpa que me avisaram em cima da hora, mas eu não iria nem que tivessem me avisado com um mês de antecedência, porque a freqüência não seria das melhores com pessoas que pensam totalmente diferente de mim no quesito "diversão". Eu poderia até fazer uma grande dissertação sobre o fato de um isolamento aparente e a falta de tato com pessoas, mas deixa para lá porque é bem mais fácil eu me fechar na caixinha que eu sempre levo comigo, do que ficar discutindo as coisas com pessoas que direta ou indiretamente acabam com minha saúde. Adolescente poser, sabe? Eu não entendo as pessoas e odeio quando as pessoas esperam que eu faça algo ou vá para algum lugar só porque "todo mundo vai". Não preciso dizer que eu não sou "todo mundo", certo? Certo. Mas eu fui. Fui para uma pseudo-comemoração que assim como J. Pinto Fernandes, não tinha nada a ver com a história. Bebidinhas, cigarrinhos, baralhinho, bombons, ovo de páscoa, ocultismo, chavões de astrologia e tudo. Na verdade não precisa de muito para que eu ache algo legal, você sabe. Ou não. Mas isso não é importante. O importante é que o Wilson é o ponto alto daquele filme e é como eu digo para o Nelson: pessoas não valem a pena.

"Say Hello to the Angels" - Interpol

April 10, 2004

aLoNe iN aNoThEr HoLidAy_

Não tenho nada contra estrangeirismos e coisas do gênero, você sabe, mas essa coisa de Happy Easter pra lá e pra cá já está irritando sabe? Irritando porque é esfregar na minha cara que esse "feriadão" está sendo um erro e que até agora eu não ganhei um mísero bombom que seja. Aliás, aquele que eu havia recebido no começo do ano resolveu me brindar com sua ausência. Fato. Até aí tudo bem, porque eu não sei o dia exato da Páscoa, não sei se o feriado foi na quinta ou na sexta e em suma não estou sabendo nothing at all, só para demonstrar o que eu havia dito no início do post. Só sei que não sei o porquê de só se comer peixe na famigerada "Semana Santa", que de santa não tem nada. Eu sei que questionar é praticamente uma heresia, mas por que diabos algumas religiões insistem que não se pode comer carne vermelha nessa época? Típica tradição idiota e desnecessária, que a maioria das pessoas não sabe explicar a importância/utilidade/simbologia, mas mesmo assim continuam seguindo. Tipo coelho botar ovo.

"Ain´t Afraid To Die" - Dir en Grey

April 07, 2004

mY oWn zOo_

Não sei. Juro que não sei. Esperava que você soubesse, mas provavelmente você também não sabe. Enquanto isso, sigo cortando minhas unhas até os famigerados sabugos e depois ficar sentindo elas doerem. Sem próclises, ênclises e muito menos mesóclises. Novidades? Nenhuma, eu acho. Na verdade tem sim porque, veja só, eu resolvi quebrar o meu próprio recorde em dias e começar a me movimentar para lugares mais distante do que... a cozinha. Até acordei cedo e fui fazer as comprinhas do mês. Uma coisa super dona de casa, sabe? Empurrar carrinho, escutar o carinha que repõe os produtos falar "Bom dia, Batman!" só porque sempre que você sai com essa camisa as pessoas falam alguma coisa, falar pra velhinha - que aparentemente não viu o meu carrinho cheio de coisas - que o carrinho está ocupado e observar a mesma velhinha se debruçar no mesmo carrinho para esperar... enfim, uma série de coisas parar testar a minha paciência e humor de quem acaba de acordar e tal. E, veja só, contei com a colaboração de um jovem taxista que ajudou a descer o carrinho e eu nem fui no taxi dele. Enfim, passado. Agora eu estou novamente nesse lugarzinho. Lugarzinho que está sendo constantemente invadido por formigas famintas, diga-se de passagem. É impressionante como elas ficam escondidinhas e de repente.. zaz!... o pelotão aparece enfileirado na parede pelo menor motivo. Sinceramente eu não sei como elas são tão ligadas no que acontece no meu quarto, sabe? Em um desses dias, por exemplo, entrou uma abelha pela janela - note que estou recebendo visitas de borboletas, abelhas, etecétera e tal. Matei, ficou no chão e minutos depois eu vejo a mesma abelha, mortinha da silva, subindo pela parede acompanhada por trocentas formiguinhas. Só não é pior do que o fato de você observar um filhote de lagartixa sendo carregado por elas e quando você vai tirar o bicho de lá ele está vivo. E depois ainda atacaram o meu pão-doce, que estava em cima da estante, porque elas desenvolveram técnicas avançadas de escalagem. (...) Tenho que emagrecer e parar de ficar observando a vida das formigas e toda essa coisa National Geographic que se tornou o meu quarto, sabe?

"Screaming Infideleties" - Dashboard Confessional

April 05, 2004

hEaViEr ThAn HeAvEn_


"Não estou preocupado com o que vai acontecer
quando eu tiver trinta anos, porque nunca vou
chegar aos trinta. Você sabe como é a vida
depois dos trinta - eu não quero isso."


"Kurt era um misantropo complicado e contraditório, e o que às vezes parecia ser uma revolução acidental evidenciava traços de cuidadosa orquestração. Em muitas entrevistas, ele confessava detestar a exposição que recebera na MTV, embora reiteradamente ligasse para seus empresários para se queixar de que a rede não exibia seus vídeos com a freqüência necessária. De modo obsessivo - e compulsivo -, ele planejava cada direção musical ou de carreira, redigindo idéias em seus diários anos antes de executá-las, ainda que, quando lhe foram conferidas as honrarias que buscava, procedesse como se fosse um estorvo sair da cama. Era um homem de vontade forte embora igualmente movido por um autodesprezo. Mesmo aqueles que o conheciam melhor achavam que não o conheciam - o que evidenciaria os acontecimentos daquela manhã de domingo."

KURT DONALD COBAIN
20 de janeiro de 1967 - 05 de abril de 1994.

"About a Girl" (Unplugged) - Nirvana

April 04, 2004

lEt ThE dOgS oUt_

Não sei se eu já mencionei isso, mas eu não sou fã de cachorros. Juro. E olha que não tem absolutamente nada a ver com o fato de as pessoas preferirem uma cadela a mim. Até poderia ser pelo fato de eu morar em uma favela onde as ruas são dominadas por vira-latas meliantes e ninfomaníacos porque, sim, aparentemente tem uma cachorra no cio e ficam uns dez cachorros querendo foder a vagabunda, que está cheia de vontade de se entregar à orgia. Só que eles não fazem nada em silêncio, sabe? Acho que estão gravando um filme pornô porque ladram e ladram como se estivessem ensaiando orgasmos. Cachorros têm orgasmos? Enfim, tudo isso debaixo da minha janela, claro. E eu disse poderia, mas talvez não seja só o motivo. Não que eu tenha que achar motivos ainda mais consistentes, até porque nunca se pode confiar em um animal que come o próprio vômito.

"Kiss Me" - Sixpence None The Richer

April 02, 2004

nOt a LiE_

Se você estava esperando qualquer historinha ou qualquer piadinha contando uma mentirinha babaquinha para ilustrar o Dia da Mentira com um humor de péssimo gosto, já deve ter percebido que perdeu o seu tempo. Talvez o grande acontecimento do tal dia tenha sido aquela borboleta desgovernada que entrou por minha janela e que foi a única que conseguiu me enganar, fazendo com que eu acreditasse que ela era um morcego. Só espero que agora não apareça as amiguinhas dela sedentas de vingança. A verdade é que todo ano é a mesma coisa: pessoas fazendo piadinhas manjadas que na maioria dos casos só servem para irritar, pessoas divulgando sites idem com notícias falsas etecétera e tal. No passado poderia até ser engraçadinho, mas agora não mais. E como eu nunca primei pela coerência, eu tenho que dizer que detesto mudanças. Note que agora eu prefiro escrever "detesto" a escrever "odeio". Nenhum motivo especial. E também não é superstição, que fique claro. Até porque eu não tenho problemas em atravessar escadas, adoro gatos pretos e tudo. Só não deixo calçados invertidos por aí, confesso, e também não gosto de quebrar espelhos. Não porque eu posso adquirir sete anos de azar sem fazer esforço, mas é que espelhos são legais e eu gosto deles. Juro. Sem contar que é um disperdício quebrar espelho só para provar que não tem superstição, hein? Esse assunto vai longe, eu sei, mas como eu ia dizendo: eu detesto mudanças. E isso vale inclusive para o meu Windows Media Player, que resolveu bancar o auto-suficiente-independente e se auto-atualizar, mudando assim todo o meu sistema simpático de ver os meus videozinhos sem precisar deixar o cursor do mouse no centro da tela para que só assim a tela fique do tamanho desejado. Detesto. E detesto outras coisas também, como esse post. Provavelmente eu devo ser... detestável.

"The Saddest Song" - The Ataris