E Salve São Cosme e São Damião!
Eu gosto muito desse dia, não por motivos religiosos, afinal não estou interessado em saber que isso é idolatria ou que isto assim como Jesus não existe ou ainda que Jesus disse que existe e que temos que ser servis a eles. O que eu estou dizendo é que este dia aparece acompanhado de boas lembranças, ótimas eu diria.
Volto no tempo e vejo o quão bom era não ter nada para fazer e passar as tardes esparramado no tapete da sala contando, separando, brincando e comendo os doces que tanto me custaram para conseguir e o quão divertido era consegui-los! Todo dia 27 - que por incrível que pareça sempre caia em dias estratégicos como finais de semana - era a mesma história: reunir a galerinha e partir para a missão do dia. Que missão era essa? Conseguir doces! Eram bolsas e bolsas repletas de brinquedinhos e doces de duplo sentido como peitinho de moça, maria mole, cocozinho de rato ou ainda os piruzinhos de anjo que é o doce absolutamente mais nada a ver da face da Terra, por motivos óbvios! Confesso que algumas dessas bolsas eram de papelão e vinham com aquela mensagem de Volte Sempre! estampada, mas já haviam inventado as bolsas de plástico que, dentre várias marcas, traziam aquela Miss com cara de barbie drogada dos Supermercados Guanabara, ok? Era bom demais e eu posso dizer que eu sabia disso, motivo pelo qual eu NUNCA quis crescer, nunca disse que queria ser mais velho e nunca fingi a minha idade, para mais, é claro.
Nunca quis entrar para o mundo hipócrita dos adultos e até hoje me recuso a fazer isso muitas vezes protagonizando cenas ridículas aos olhos alheios mas é fato que diferente de outras crianças que estavam doidas para crescer eu já sabia que eu iria perder as coisas que tanto gostava de fazer e também sabia como era bom, nesta época do ano, correr pelas ruas batendo de casa em casa, entrar de fila em fila para pegar aquele pacotinho branco encardecente cheio de coisinhas que eu não vejo a muito tempo como o Zorro ou aquelas balinhas que se jogava fora mais de 60% delas tamanho era a quantidade de papel que ficava grudado na própria e era melhor ainda pedir mais de dois saquinhos "porque fulano de tal não pode vir..." ou ainda os disfarces mirabolantes que eu inventava com óculos e bonés para as pessoas não desconfiarem que eu era o mesmo anjinho esfomiado que tinha pegado um saquinho a 15 minutos atrás. E as aventuras nos Centros de Macumba, então? As mais divertidas! Eu nunca comia doces provenientes de lugares desse tipo, por questões higiênicas e preconceituosas, mas era questão de honra enfrentar as mulheres vestidas de branco que ficavam rodando e gritando feito desesperadas enquanto uns homens lá davam risadas altamente "assustadoras" que faziam com que eu tapasse a minha boca para não soltar uma sonora gargalhada e fazer com que todos do lugar olhassem para mim, ainda mais. Pegava o meu doce e ía para casa todo contente ou então trocava os saquinhos com algum filhote humano sem mencionar de onde era derivado, é claro. E ainda tinha um mercadinho que era o bam bam bam da história! Todos queriam o saquinho deste mercadinho que era repleto de doces da Nestlé. Eles vinham em um caminhão e a fila era a maior de todos os lugares, uma verdadeira multidão. Só que hoje em dia eu não observo mais esse tipo de coisa.
O mercadinho ainda está no mesmo lugar, até cresceu um pouco. A Nestlé ainda existe e cresce cada vez mais, só que alguma coisa mudou. As crianças já não estão indo atrás dos doces pois agora tem muitas coisas importantes para fazerem. Elas tem curso de inglês, estão indo comprar roupas da moda e coisinhas do tipo. Outras crianças estão fazendo malabarismos nos sinais sem um resultado doce e ainda tem aquelas crianças que não estão fazendo nada mas você não está vendo pois se elas se mostrarem pode ser muito perigoso então é melhor ficarem salvas em casa. Acho que estão faltando crianças, sabe? Hoje os doces estão indo para os adultos e suas miniaturas e isso não tem graça. Até mesmo para mim os doces já não tem o mesmo sabor de antes, pareciam maiores, mais saborosos e, acima de tudo, não tinham as conseqüências que existem hoje. E como existem! Mas se hoje eu não vou até os doces, eles aperecem até mim por meio de pessoas legais que trazem o querido saquinho verde, branco e vermelho com a fotinha dos Popstars Cosme e Damião. Um deles é moderno, de plástico, recheado com um saco de pipoca enorme para dizer que está cheio e outro sim é um saquinho sério e respeitoso com suspiro, maria mole, pirulitos, chicletes... e fico feliz ao saber que ainda colocam os cocozinhos de rato, que eu sempre destei! Apropósito, tem certas crianças que não sabem o que é isso e quando eu respondo pensam que é de verdade e ficam com nojo. :o)
Kinho Dickinson
Eu gosto muito desse dia, não por motivos religiosos, afinal não estou interessado em saber que isso é idolatria ou que isto assim como Jesus não existe ou ainda que Jesus disse que existe e que temos que ser servis a eles. O que eu estou dizendo é que este dia aparece acompanhado de boas lembranças, ótimas eu diria.
Volto no tempo e vejo o quão bom era não ter nada para fazer e passar as tardes esparramado no tapete da sala contando, separando, brincando e comendo os doces que tanto me custaram para conseguir e o quão divertido era consegui-los! Todo dia 27 - que por incrível que pareça sempre caia em dias estratégicos como finais de semana - era a mesma história: reunir a galerinha e partir para a missão do dia. Que missão era essa? Conseguir doces! Eram bolsas e bolsas repletas de brinquedinhos e doces de duplo sentido como peitinho de moça, maria mole, cocozinho de rato ou ainda os piruzinhos de anjo que é o doce absolutamente mais nada a ver da face da Terra, por motivos óbvios! Confesso que algumas dessas bolsas eram de papelão e vinham com aquela mensagem de Volte Sempre! estampada, mas já haviam inventado as bolsas de plástico que, dentre várias marcas, traziam aquela Miss com cara de barbie drogada dos Supermercados Guanabara, ok? Era bom demais e eu posso dizer que eu sabia disso, motivo pelo qual eu NUNCA quis crescer, nunca disse que queria ser mais velho e nunca fingi a minha idade, para mais, é claro.
Nunca quis entrar para o mundo hipócrita dos adultos e até hoje me recuso a fazer isso muitas vezes protagonizando cenas ridículas aos olhos alheios mas é fato que diferente de outras crianças que estavam doidas para crescer eu já sabia que eu iria perder as coisas que tanto gostava de fazer e também sabia como era bom, nesta época do ano, correr pelas ruas batendo de casa em casa, entrar de fila em fila para pegar aquele pacotinho branco encardecente cheio de coisinhas que eu não vejo a muito tempo como o Zorro ou aquelas balinhas que se jogava fora mais de 60% delas tamanho era a quantidade de papel que ficava grudado na própria e era melhor ainda pedir mais de dois saquinhos "porque fulano de tal não pode vir..." ou ainda os disfarces mirabolantes que eu inventava com óculos e bonés para as pessoas não desconfiarem que eu era o mesmo anjinho esfomiado que tinha pegado um saquinho a 15 minutos atrás. E as aventuras nos Centros de Macumba, então? As mais divertidas! Eu nunca comia doces provenientes de lugares desse tipo, por questões higiênicas e preconceituosas, mas era questão de honra enfrentar as mulheres vestidas de branco que ficavam rodando e gritando feito desesperadas enquanto uns homens lá davam risadas altamente "assustadoras" que faziam com que eu tapasse a minha boca para não soltar uma sonora gargalhada e fazer com que todos do lugar olhassem para mim, ainda mais. Pegava o meu doce e ía para casa todo contente ou então trocava os saquinhos com algum filhote humano sem mencionar de onde era derivado, é claro. E ainda tinha um mercadinho que era o bam bam bam da história! Todos queriam o saquinho deste mercadinho que era repleto de doces da Nestlé. Eles vinham em um caminhão e a fila era a maior de todos os lugares, uma verdadeira multidão. Só que hoje em dia eu não observo mais esse tipo de coisa.
O mercadinho ainda está no mesmo lugar, até cresceu um pouco. A Nestlé ainda existe e cresce cada vez mais, só que alguma coisa mudou. As crianças já não estão indo atrás dos doces pois agora tem muitas coisas importantes para fazerem. Elas tem curso de inglês, estão indo comprar roupas da moda e coisinhas do tipo. Outras crianças estão fazendo malabarismos nos sinais sem um resultado doce e ainda tem aquelas crianças que não estão fazendo nada mas você não está vendo pois se elas se mostrarem pode ser muito perigoso então é melhor ficarem salvas em casa. Acho que estão faltando crianças, sabe? Hoje os doces estão indo para os adultos e suas miniaturas e isso não tem graça. Até mesmo para mim os doces já não tem o mesmo sabor de antes, pareciam maiores, mais saborosos e, acima de tudo, não tinham as conseqüências que existem hoje. E como existem! Mas se hoje eu não vou até os doces, eles aperecem até mim por meio de pessoas legais que trazem o querido saquinho verde, branco e vermelho com a fotinha dos Popstars Cosme e Damião. Um deles é moderno, de plástico, recheado com um saco de pipoca enorme para dizer que está cheio e outro sim é um saquinho sério e respeitoso com suspiro, maria mole, pirulitos, chicletes... e fico feliz ao saber que ainda colocam os cocozinhos de rato, que eu sempre destei! Apropósito, tem certas crianças que não sabem o que é isso e quando eu respondo pensam que é de verdade e ficam com nojo. :o)
Kinho Dickinson
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