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Algumas-coisas-que-as-pessoas-precisam-saber-sobre-Kinho-Dickinson-mesmo-que-esteja-na-cara:

1) Não, eu não pinto o cabelo de preto.
Eu nunca pintei o cabelo e quem lê eu escrevendo a respeito disso acha que eu sou praticamente o filho bastardo da Pocahontas, certo? É incrível como sempre tem alguém que aparece do nada para perguntar se eu pinto com freqüência e, pasme, que marca de tinta eu uso! Eu acredito que os meus cabelos chegam a ser castanho escuro, mas pelo visto eu vou ter que fazer como as pessoas daquela propaganda e reavaliar os meus conceitos pois, quem sabe, eu descubro que eu realmente deturpo minha auto-imagem e não estou sabendo, huh?

2) Não, eu não sou japonês.
Isso ocorre em maior escala na internet, mas isso não é exclusividade deste mundinho. De acordo com a piadinha sem graça utilizada anteriormente, desta vez eu poderia brincar citando Mullan mas está na cara - mesmo que desconhecida - que eu não tenho nenhuma relação com a cultura nipônica e também não tenho nenhum traço que digam "Olhem, ele tem parentes japoneses!" e isso por si só já destrói totalmente qualquer tentativa de piadinha e também deveria destruir comparações e perguntas nonsenses. E se eu disser que pessoas que não me conheciam sequer de vista acharam que eu era uma meninA japonesA só porque leram o meu nome completo? Era só o que faltava...

3) Não, eu não sou hippie.
Isso acontecia mais quando eu estava de cabelão e andava com uma sandalinha jesus christ style , que ainda tenho, mas mesmo assim eu não poderia deixar de frisar esse importante fato que afinal de contas não faz com que eu vire um estereótipo enfadonho que vive cantando a respeito da famigerada Era de Aquário que nunca chega - sim, porque se chegou ela já foi embora e eu não vi - tendo como companhia um gambá morto de baixo do braço, não é mesmo?

4) Não, eu não sou fã de bichinhos de pelúcia.
Algumas pessoas acreditam terminantemente que eu sou um grande colecionador de bichinhos de pelúcia só por causa do Nelson e do Frederico, sabe? Não, eu não faço coleção, não durmo com eles, não levo pra passear, não troco roupinhas e não tenho uma grande bancada de madeira branca com várias criaturas pelucianas enfileiradas por ordem cronológica cada qual com um nome estranho e nada representativo e, claro, não deixo nenhum espécime asfixiado dentro de um saco plástico paradão em cima de uma colcha cafona, adornando a minha cama. By the way, eu acho fofo meninos com bichinhos de pelúcia tanto quanto meninas que usam cueca, mesmo que eu não goste da palavra "cueca".

5) Não, eu não sou do sul do Brasil.
Essa é nova, mas de uns tempos pra cá o que tem de de gente me perguntando se eu sou do Sul "não está no gibi". No próprio K´sL uma "moça" quase teve uma síncope, seguida de uma apócope, quando dei uma resposta negativa a sua pergunta que aliás não é suficiente, afinal, eu posso não ter nascido, mas posso ter morado fora do Estado do Rio de Janeiro por alguns anos, não é mesmo? Rá! Outra coisa que me irrita profundamente é afirmarem que eu não gosto de Sol ou estou sentindo muito calor porque "no sul tem aquele friozinho gostoso, néam?" Eu sinceramente não entendo essa. Primeiro que se levarmos em consideração que o esteriótipo que é vendido a respeito dos sulistas está completamente distante da minha realidade e seria mais fácil eu ser confundido com um moçambicano ou um pigmeu. Segundo que eu não me lembro de ter alguma marca, alguma bombacha(?) ou cuia de chimarrão a tira colo para as pessoas pensarem isso e terceiro que se eu consegui desenvolver um pseudo sotaque gaúcho sem ter sequer colocado os pés em solo Rio Grandense eu sou praticamente um fenômeno lingüístico, hein?

"Alibi" - Elvis Costello
Kinho Dickinson