September 29, 2002

Depois não gostam quando eu digo que seres humanos detestam sinceridade. Se eu perdi a vontade de ficar batendo papo com ninguém, se ficar procurando coisas chatas no Google vira um suplício e se o vídeo do Cradle Filth que trouxeram a cada minuto fica mais chato e mais poser chegando a parecer com um vídeo dos áureos tempos do Zé do Caixão eu digo, me dispeço/peço que se retire e pronto! Fácil, não? Só que as pessoas teimam em ficar "sentidas" querendo fazer chantagem emocional, algo como: "Porra, nem volto aqui pois toda a vez que eu venho você fica me expulsando!" Sinto muito mas isso não funciona comigo e humano nenhum vai me ouvir falando "Aaaaahhhhhhhh fiiiiiiica, vai!" Vai ver que é por esse tipo de coisa que insistem em dizer, que "se existir um coração dentro do meu peito ou ele está muito bem escondido ou foi congelado a décadas". Quer saber? Eu prefiro isso a ter que fazer sorrisinhos de que tá-tudo-ótimo-e-eu-estou-me-divertindo-as-pampas-rá-rá-rá e ficar remoendo por dentro pensando "tomara que ele(a)(es)(as) vá(ão) embora logo" ou ter a idéia estúpida de colocar uma vassoura atrás da porta. Sinto muito mas eu não sou capaz de fazer isso pelo simples fatos de não estar sendo sincero comigo e muito menos com as pessoas que estão ao meu lado. Já sou falso demais comigo mesmo e não gosto de exteriorizar falsidade, como ouvi uma vez: "não tente agradar aos outros, quando você faz isso não está sendo sincera com você mesmo.

Parece uma hipocrisa sem tamanho, provavelmente é, mas você tem que ser o que você é e se as pessoas se identificarem com isso é lucro. Essa é a graça, gostarem de você pelo o que você é pois quando gostam de você pela pessoa que você é você não consegue decepcionar ninguém, a não ser que esse "ninguém" tenha colocado esperanças demais em cima de você e acabe ofuscando a vista com aquilo que ele gostaria que você fosse para massagear a própria vaidade. E Franskenstein sabe disso melhor do que eu.



Esta foi uma das minhas locações e fiquei o final de semana assistindo Room Alone - exceto na sexta-feira que eu tirei folga e fiquei assistindo Thunder Cats, Super Gêmeos com direito a docinhos de C&D, para meu desespero futuro. Nada melhor do que passar um final de semana todo quietinho assistindo aos filmes que você pegou na locadora depois de tanta dificuldade - assim como aconteceu em toda a semana. Dei de cara com a porta da locadora trancada. É só para irritar ou existe alguma locadora que ainda faz horário de almoço nos dias de hoje?! Vai ver essa não é capitalista e, diferente das suas companheiras a là Shitbuster é uma ótima locadora! Fiquei lá rodando entre os milhares de filmes, cheguei a pegar Doce Novembro que eu ainda não assisti, mas deixei para lá e resolvi pegar Frankenstein de Mary Shelley que é duas vezes mais barato e infinitamente melhor - a começar pelo inglês. Tá certo que a adaptação da obra não é tão original assim, mas também coisas como um homem de 2 metros de altura naquela época só pode ter saído da cabeça chapada da Mary. Estamos íntimos, huh? Só que quem poderia ser mais íntimo da obra é o diretor do filme que sismou em colocar o cérebro mais perfeito no Monstro(?) para justificar a sua facilidade de aquisição de conhecimento acabando com a idéia da autora de que qualquer pessoa inserida em um contato com cultra teria capacidades de aprendizagem. Não! O diretor teve que colocar um cérebro magnífico para justificar! Podre. Mas voltando ao que eu estava falando e deixando essa opinião descabida metida a análise de gente que está querendo aparecer, tenho pena do Monstro(?) criado pelo Frankenstein que na minha mais natural opinião é o verdadeiro monstro da história. Ele não tem culpa de ter nascido. Ele não pediu para nascer e muito menos para se adequar a um conjunto de regras e ser julgado pela aparência só para saciar a vaidade do seu criador.

"Eu dei meu coração à sabedoria, à loucura e ao destino e percebi que tudo é vaidade e constrangimento pois muita sabedoria significa muito pesar e quem aumenta o saber aumenta o sofrimento."

Levando isso para a sua realidade, quando você acha que é O TAL, seu contador de acessos pifa e você cai em desespero. Só que nada que passa pelo coração dá bons frutos e se você tivesse entregue sua mente a sabedoria, Sr. Frank, talvez ela não deixaria o destino te levar e consequentemente sua vaidade não te cegaria te fazendo sofrer. . A vaidade dele acabou ofuscando o ser vivo com aquilo que ele gostaria que o ser vivo fosse só que o ser vivo não tem culpa de não estar de acordo com as expectativas do seu criador. E o que ele vai fazer? Eu gostaria muito que alguém me respondesse isso.

Por mais que essa obra seja o marco do Romantismo mundial, colocando as idéias teocêntricas para escanteio praticamente no meio da Revolução Francesa não posso deixar de vê-la como um grande escapismo que é tentando mascarar a realidade já desfigurada daquela época e a não explicação do porquê Deus estava deixando que tudo aquilo acontecesse. E o monstro devia estar se fazendo a mesma pergunta como muitas pessoas fazem hoje em dia. Se eu fosse humano eu não iria ter filhos. Seria muito mais fácil se pudéssemos perguntar antes pois do jeito que é parece que todos brincam de Deus colocando no mundo alguém que não gostaria de nascer pelo simples fato do EU querer ter um filho. Isso é muito egoísta. A paternidade/maternidade é egoísta. E querer justificar isso com o crescei e mutiplicai-vos é tão sem argumento quanto dizer que existem pessoas boas e más. Ninguém nasce bom ou mau e multiplicar tem tantos sinônimos! Como as pessoas naquela época tiveram que aceitar: ou bem não é tão bonzinho ou o mal tem muito mais poder do que a gente gostaria que tivesse.

As Alices também estão por aqui e passam bem, obrigado.



Os filmes me embolaram um pouco já que não seguem tão fielmente o livro e misturam com o Looking Glass, principalmente o desenho que, depois de assistir o filme, se tornou uma merda-comercial-mundo-encantado-Disney ainda maior do que já era. Mas é bonitinho, engraçadinho, fofinho e todo mundo tirou um sarro da minha cara por estar assistindo ao filme, provavelmente pelo fato de eles assistirem Alice com os mesmos olhos da sociedade inglesa do período vitoriano que levavam aquele livro apenas como uma historinha infantil para a distração da middle class e é exatamente por isso que eu acho Lewis Carroll fød@ e estou me fudendo para quem acha que ele é pedófilo só porque se inspirou em uma garotinha para escrever o livro. Assisti e com prazer, principalmente o filme que clareou muitas coisas apesar de tudo. Muito bom. Assista, mas antes tirem os olhos vitorianos, ok? Mas eu não vou falar sobre isso pois eu tenho outro lugar para colocar as minhas idéias sobre Alice In Wonderlan, o que já está me consumindo o suficiente assim como esse post que nunca acaba. :oP

Kinho Dickinson

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