December 30, 2003

dOiSmIlEtRêS_

"It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh, take me back to the start."

Podem me chamar de cliché. Talvez eu seja mesmo, mas o que importa é que eu cheguei a tempo. Cheguei a tempo de agradecer a estas duas pessoas por estes dois últimos presentinhos que eu ganhei. Praticamente um concurso de criatividade. Também cheguei a tempo de dizer que pouco me importa se você não gosta de ler retrospectivas. Eu nunca escrevi e estou aqui, não estou? Então cale-se e continue lendo porque por mais que eu saiba que é muito ruim você fazer uma revisão de algo que já passou há tempos, pois você acaba avaliando tudo dentro de um estado especificamente momentâneo, eu vou realmente fazer isso.

Nunca fui de falar que determinado ano foi bom ou ruim. No máximo aquela coisa de "Nossa, como o ano passou rápido, néam?" ou então "Ai, esse ano não acaba, huh?", porém é inevitável dizer que o ano de 2003, mesmo passando rápido, fedeu. Não que eu goste dessa expressão - eu não gosto - mas falar deste ano é praticamente como falar de um mês. Como diria o Nelson Moss: "November is all I know." Não que esteja falando de um mês específico, mas sim de um somatório de dias realmente legais espalhados por aí que, talvez, resultem em trinta dias. Até tentei não ser cético e dei a cara a tapa. Apanhei. E apanhei feio. Foi um ano de perdas. Muito mais perdas do que descobertas ou aprendizagem. Ou não, já que eu aprendi coisas que eu já sabia e por idiotice eu fiz o favor de esquecer. Arrisquei demonstrar coisas, por mais que eu tivesse a absoluta certeza de que isso não é uma boa coisa. Eu devia ter continuado a não demonstrar nada do que se passa na minha cabeça. Aliás, devia ter continuado a dar atenção a minha cabeça e só a ela, o resto não existe. Não estou dizendo que isso é uma coisa boa. Não estou dizendo que se fechar em um mundinho e sabotar tudo aquilo que tu achas que esteja tomando grandes proporções em tua vida seja bom. Não estou dizendo que afastar de você aquilo que poderá sair das tuas mãos naturalmente, é bom. Não estou dizendo nada, estou só remexendo os entulhos e levantando a poeira que, pasme, não baixou. O ano tinha tudo para ser ótimo, sabe?

Tudo começou aparente bem. Janeiro. Doce Janeiro. E todo mundo está cansado disso. Não me conformava com algumas coisas e mesmo assim não corria atrás para realizar nada. Bom, resolvi me mexer e o resto você já sabe. Sabe também que eu cortei o cabelo depois de anos. Sem contar com o Nelson que, por mais que esteja falhando em sua interpretação de humano perfeito, me entende, nunca reclama de nada, não me repreende, nunca acha que eu sou pegajoso ou reclama de frieza, não se importa que eu seja um ser fechado no meu mundinho, não faz perguntas, não espera nada em troca e sempre vai estar aqui. Além de ser lindo e branquelo, huh? Mas o tempo não para e, por mais que eu tenha virado novidade, fevereiro foi um recomeço. Uma reconstrução de coisas que você nunca teve, volta as suas atividades e vida real. Sorte que tivemos muitos feriados e março está aí para não me deixar mentir, pois por causa deles coisas novas começaram a acontecer. O carnaval apareceu com força total e eu também me entreguei ao mundo das imagens. Fotinhas e mais fotinhas. Até naquele histórico show do O Rappa eu fui. E quem não se lembra da versão hawaii?Abril. Páscoa, né? Sinceramente foi um mês pobre e eu não me recordo de nada além daquela coisa cheia de feriados e sem nenhum big deal. Maio? A mesma coisa. Até que a vidinha "blogueira", assim como no mês anterior, foi movimentada. Os posts longos tão comentados deram maior vazão e, puxa, seres humanos invadiram a sfera e até postaram. Andrômeda se foi e um novo computador chegou. Falando nisso, quem também chegou foi junho e eu não tinha vontade de nada. Muito menos de fazer aniversário. Mas teve aquele sítio. Na verdade eu não lembro o mês exato, mas foi bom. Mesmo mesmo. Julho? Férias. Diria que foi um dos meses inesquecíveis e mais didáticos desse ano. Aprendi muitas coisas. Coisas essas que vão desde liberação de corpos em um dos hospitais precários da cidade do Rio de Janeiro, passando pelos telefonemas dos chamados “papa-defuntos” que ligam no seu celular oferecendo caixão e tudo. Até mesmo enfrentar os tramites legais para a confecção de uma certidão de óbito, que só aceitam fazer depois que você consegue provar que é maior de dezoito anos, eu fiz. No meio disso tudo, felizmente, eu conheci uma pessoa bem legal que, além de desviar a minha atenção de determinadas coisas, também não permitiu que todo o entulho do teto, que estava caindo na minha cabeça, me atingisse. Not at all. Planos foram feitos mas, veja, eu não poderia deixar o entulho do teto caindo e simplesmente partir. Falando em planos, agosto não teve nenhum. Teve guerra, advogados, reuniões e todo o clima que ninguém gosta. Os planos foram deixados para setembro, mas você sabe que planos furam e talvez por isso o Chris Martin gemeu há quilômetros de distância. Outra que também se manteve distante foi a Alanis. Não só ela. Aparentemente os anjos só aparecem para a Salete - personagem daquela novela que aparentemente quase todos assistiram durante esse ano - porque, sim, pessoas chegam muito perto de ti mas você, por um motivo ou outro, acaba não se aproximando o suficiente. Outubro? Novembro? Vamos resumir em três palavras: quarto, computador e Alice. Ok, nem tanto, mas o tempo passou, pessoas mudam, sentimentos humanos se modificam, aparecem outras pessoas, a vontade de postar é nula e mesmo assim você continua arrastando o blog. Mas enfim, o que você não conseguiu mais arrastar são os famigerados recordes, mas você resolve começar. Ah claro, obras, e elas também continuam durante esse mês, dezembro, que apesar de estar finalizando um ano, só está servindo para remexer meses passados.

Falar que foi um ano de perdas e descobertas, não é necessário. O fato é que realmente existe aquela velha história de que algumas vezes "não importa o quanto você se importe porque algumas pessoas simplesmente não se importam". Também há uma outra história de que mesmo que você saiba que "aquela pessoa que nunca te liga - ou mais te ataca - é a que mais pensa em ti", dói. Sem contar que é verdade que "só vamos perceber que aquele amigo faz falta ou que somos muito importante para alguém, quando já é tarde demais." Falar que apareceram pessoas legais também não é necessário. Mas de que adianta aparecerem pessoas legais se elas vão embora? E esse foi um ano de pessoas. Pessoas que apareceram, pessoas que se foram, pessoas que seguiram comigo. Algumas seguiram, se perdiam pelo caminho e depois retornavam. Pessoas que continuam presentes, mesmo ausentes e, acima de tudo, pessoas que tomaram proporções que eu não pensava que pessoas tomassem. Mas pessoas também são protagonistas de coisas ruins eu não poderia terminar o ano sem reclamar, claro. Aliás, vamos reclamar também do grande problema que pairou sobre este blog.

Sabe aquela velha ladainha de que "não sei em que ponto eu me perdi"? Exatamente. Como todo mundo está careca de ler nas constantes reclamações repetitivas que eu faço, por mais que tivesse aquela coisa besta de ”se você expõe seus posts na net é porque você está querendo exibir pra alguém, pois caso contrário você salvaria no wordpad”, eu estava contentinho em ter um espaço para expor minhas baboseiras sem me preocupar com nada. E no que isso se tornou eu não sei. O ponto vai muito além do simples fatos de não ser “todos os dias que você encaixa as palavrinhas”. Na verdade eu acho que vai muito além. Chapolin Colorado, dentro de sua grande sabedoria, já afirmava para a enfermeira de azul, que é a_cara da Dona Florinda, que se ele dissesse em alto e bom som para o Tripa Seca que o mesmo é saudável, mesmo estando doente, ele de fato se convenceria e se tornaria saudável. Estou longe de ser uma tripa seca, é verdade, mas eu acho que o sistema é o mesmo. De tanto ficarem falando que Kinho é isso, Kinho é aquilo, Kinho reage dessa forma se confrontado desse jeito... tudo isso como se eu fosse algum produto idiota da Smithkline Beecham, que já não ganha dinheiro as custas de meu vício, com uma bula a ser seguida. Resumindo? Parei de viver Kinho Dickinson para interpretar Kinho Dickinson. E eu me perdi, sabe? Porque, veja, eu não sei interpretar o-anjo-misterioso-que-não-fala-de-si-mesmo-e-escreve-bem-dominando-uma-norma-qualquer-e-tem-sacadas-inteligentes-e-utiliza-magnificamente-o-sarcasmo-e-a-ironia-além-de-fazer-layouts-monocromáticos-semelhantes-entre-si-e-ter-um-urso-e-uma-gata-de-nome-estranho-e-tirar-fotos-subjetivas-de-si-mesmo-e-não-falar-a-idade-e-milhões-de-etecéteras. É legal ouvir que "você tem um estilo só seu de filosofar sobre as coisas menos filosofáveis", "transforma o nada cotidiano" em qualquer coisa que nem você sabe o que seja, ou ainda se divertir quando as pessoas comentam que você é a "antítese materializada", mas na maioria das vezes irrita você ter que se comportar assim porque você é canceriano, mas se você se comporta assado é provavelmente porque você sofreu influência de algo. Irrita as pessoas que acham que você está doente quando conversa mais abertamente ou ouvem sua voz como se você fosse o E.T e só soubesse falar "cAaaAaaasaAaa". É ridículo ter que dizer isso, mas ao invés de ser inatingível, popular e amado - tem coisas que só rindo, mesmo - eu sou apenas eu e isso significa que eu não tenho que fazer nada do que eu não queira e algumas pessoas demoram um pouco para perceberem isso e quando olham a sua volta estão como marionetes na mão dos outros ou ainda - as que se revoltam - viram uma versão extremada de si próprio. Acho que esse foi o meu problema. Ou não, já que é basicamente a mesma colocação de rótulos, como fazem com qualquer tipo de literatura. Apropósito, se tem uma coisa que me deixa irritado é o fato dessa taxação de "gay literature".

"Uma vez que ninguém é criado para ser homossexual, no momento em que reconhece a diferença, tem de explicá-la". E, desculpe, mas algumas coisas não tem que ser explicadas só porque foge do senso comum. Aliás, senso comum fede. Você pode achar que eu comecei a gostar dessa expressão, huh? Continuo não gostando, mas no caso de basear um texto na sexualidade - e diversos outros aspectos - dos seus autores ou das suas personagens e colocarem numa prateleira simplesmente para catalogar que, no caso, esse tipo de escrita apresenta uma tem temática homossexual, fede. Eu poderia até entrar em outros aspectos como, por exemplo, o fato de os heterossexuais aprenderem sobre os seus costumes sexuais em centenas de lugares diferentes enquanto os homossexuais estão - em sua esmagadora maioria - privados de qualquer orientação e crescem tendo todo um aprendizado de adolescência sozinhos, mas eu não estou aqui pra isso. Tão pouco estou dizendo que meus textos são literatura, muito pelo contrário, mas acho que isso realmente não precisa ser dito, huh? Estamos falando de rótulos, acho eu, e é notório que, coitado do Edward Albee, por exemplo, que se revira no túmulo vendo "Who´s Afraid Of Virginia Woolf?", que não tem nada de homossexual, nas estantes gays porque um idiota qualquer resolveu catalogar a pessoa e não o livro. Uma obra vai tão além da orientação sexual do seu escritor, sabe? Por que não assumir que todos esses são livros de um escritor que, por um acaso, é homossexual? Taxar uma obra pelo autor é o mesmo que tentar analisar se William Faulkner "era do babado" só porque escreveu a respeito ou rotular Lewis Carroll como pedófilo só porque ele gostava de passear de barco e mandar cartas carinhosas para diversas menininhas. Como se ele fosse o único que tivesse essa tendência de idealizar a beleza pura e virginal das meninas em toda a Inglaterra vitoriana, claro. E definitivamente não podemos nos esquecer das várias tentativas de achar um defeito ou um podre no pobre do Shakespeare porque, não, aparentemente um escritor brilhante não pode ser "normal". Se uma obra de ficção não tem que ter necessariamente contato com a realidade e se a análise da personalidade, desejos e gostos do autor é fundamental para o entendimento de uma obra, vocês vão ter que concordar que nunca ninguém vai conseguir ler um texto anônimo, certo? Por isso eu não me venham com taxações. Menos ainda com comentários ao meu respeito porque, veja, estão sempre tentando achar sentido em algo, mas já parou para pensar que as vezes você pode querer achar um sentido em algo que não tem sentido algum? Ninguém tem que ser entendido e eu não posso fazer absolutamente nada se as pessoas acreditam na imagem que elas criaram para entenderem ou explicarem o comportamento de alguém e não passam simplesmente a tratá-la como um alguém. Nunca disse que era alguém legal, alguém fácil de se conviver. Não, eu não sou aberto e receptivo e, sim, a primeira vista eu sou bem fechado e vivo em um mundinho próprio, mas por que você simplesmente não pode ser você? Por que você simplesmente não pode fazer as coisas do jeito que você acha legal sem ninguém ficar apontando para você ou colocando parâmetros e modelos? Não faço parte desse "american way (blog?) of life", sabe? Todo mundo tem sua casinha, sua caminhonete e seu cachorro labrador e se você não tiver isso você é um perdedor? "I don´t think so, dude!"

Viajei demais? Provável. Onde eu estava? Ah sim, 2003. Nada de ser previsível citando o_filme do ano, as_músicas, o_dia, as_bandas. O ano morreu e, você sabe, a morte fica. Fica na lembrança da pessoa que não volta. No caderno que você não escreve mais. Na fotografia que não será mais vista. No espaço ocupado pelo vazio que se torna tão presente. E, nossa, como isso está cliché. Como diria o Falabella: "em alguma outra vida, devemos ter feito algo de muito grave para sentirmos tanta saudade..." Saudade? Não do ano. Saudade de momentos. Saudade de não se sentir vazio. Saudade das coisas que não aconteceram.

Morra, 2003. De novo. E tenha a decência de não retornar em flashbacks porque, por mais que todos os mortos virem santos em nossa memória, eu tenho mágoas por teres sido um ano que tinha tudo para ser e não foi. E que venha 2004 com todas as desilusões adquiridas e total falta de perspectiva com o futuro.

Amém.

(...)

Esse foi o último post do ano e quem sabe o penúltimo do blog. Não sei se continuarei aqui ano que vem. Não quero continuar rodando em círculos, não quero mais empurrar com a barriga e menos ainda ficar em um lugar que pode continuar arrastando sombras ou qualquer tipo de interpretação estapafúrdia. Sem contar, é claro, com a colaboração do kitnet, que vai deletar todos os meus arquivos no trigésimo primeiro dia de janeiro. Doce Janeiro II. Hiatus. Ou não. Sei que esse tipo de história não tem credibilidade há séculos, mas qualquer coisa eu aviso. Permacecendo ou não.

"Creep" - Radiohead

December 28, 2003

iNdEcIsÃo_

Eu não tenho nada melhor para fazer no momento e talvez por isso eu esteja aqui. Quando eu digo ”não ter nada melhor para fazer” não é sinônimo de ”ai, Kinho, as coisas acontecem e você acha que não é nada”, ok? Quando eu digo coisas do gênero é porque exatamente agora eu não tenho certeza de nada e só sobra a indecisão, que aliás é o título desse post, mas não leve em consideração os surtos de alguém que comparece em um rodízio de pizzas.

Não que isso provoque uma verborragia incontrolável, mas eu gostaria de dividir com vocês esse momento único em que eu ficava desenhando e escrevendo meu nome com maionese em cima das pizzas enquanto questionava o porquê de alguém resolver fazer pizzas de chocolate branco sendo que, tirando alguns pequenos detalhes, toda pizza tem gosto de, sei lá, farinha de trigo e queijo? Ah sim, quase joguei a mesa no chão. Observe também que já passamos da quinta linha desse post e eu ainda não fiz comentários sobre o fato de ser acordado com telefonemas atípicos de pessoas que procuram por uma Ana Paula ou então telefonemas de um político qualquer que envia uma mensagem fonada "te desejando a você um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo", até porque eu já estou desligando o celular e tirando o telefone do gancho antes de dormir.

Sei lá. O fato é que aconteceram coisas inesperadas. Sabe aquele pensamento ambíguo de que "as crianças se divertem ao redor do mundo"? Pois é. E, voltando ao tópico principal, estou indeciso porque não sei se deixo alguém cortar os meus cabelos na segunda-feira. Estou indeciso porque não sei se eu vou ao show do Charlie Brown Jr, lá não-sei-onde. Estou indeciso porque não sei se fico na frente deste computador ou vou despropositadamente para Copacabana ver fogos estourarem e ficar maravilhado como se os fogos de lá fossem diferentes das outras localidades mundiais. E estou indeciso, principalmente porque as coisas furam mesmo quando você não as planeja. Quem lê eu tenho vida social, fico bem de cabelo curto ou sou fã da banda citada. Apropósito, o kitnet vai deletar todos os arquivos dos não-assinantes e, conseqüentemente, os arquivos da Kinhosfera. As coisas não conspiram para que eu continue arrastando tudo isso aqui, sabe? Period.

graybe
You are "Waste of Paint".
You can be a very over analyzing person and you are sort of lost. You aren't really sure where you're going with your life but for now you hold some hope that you will indeed get to where you are going. Oh yeah, and that thing called "love", you feel it's just a game of chance. A game you are not good at.


Which BRIGHT EYES song are you?
brought to you by Quizilla



Eu gosto do Conor e aparentemente eu deveria comentar sobre o famigerado DJ II, mas sinceramente eu não vou fazer isso. E, ok, chega de "estar aqui" porque encontrei algo melhor para fazer. Tchau.

"Stay Gone" - The Get Up Kids

December 25, 2003

sOnNeT tHiNgS_

A relembrança de todo o passado
Silente e manso meditar me traz
E me alanceia o que não foi logrado
E mais reclamo o que não vem mais;

No pranto inusitado me desfaço,
Por afeições que oculta a noite infinda,
Esvanecidos vultos que retraço
E dor de amar, há muito sobrevinda;

Assim me surge a renascida endecha
E meus pesados males redesperto,
Com repetir a mesma, antiga queixa,

Qual se não n'a chorara ao tempo certo:
Entanto amado amigo, se em ti penso,
De quanto falta ou punge me compenso.


(...)

Pois é, Shakespeare. Pois é, Soneto 30. Pois é, talvez você possa pensar que eu não esteja falando coisa com coisa ou esteja entorpecido por um clima qualquer, mas não. Talvez possa pensar que eu esteja bêbado, mas também não. Primeiro porque eu não fico bêbado e segundo porque se eu estivesse bêbado eu não bancaria o idiota aparecendo por aqui só para ter o prazer de escrever: "oi-eu-cheguei-e-estou-bêbado-e-não-vou-usar-backspace". Bãã. Sei lá, acho que bêbados não escrevem posts, sabe? Aliás, eu também não escrevo porque, não, isso não é exatamente um post, mas isso provavelmente você já sabe. O que você não sabe é o que eu estou fazendo aqui. Na verdade nem eu sei, mas gostaria de compartilhar que já fez um ano que eu estou com este cordão preso no pescoço e, nossa, eu ainda não esqueci disso. Então é melhor eu ir embora antes que eu resolva dissertar sobre coisas que não voltam, coisas que eu não entendo, coisas que só damos valor quando perdemos, coisas que damos valor e mesmo assim perdemos... enfim, coisas at all. Sim, falar em coisas é muito mais simples do que falar de pessoas. Vai ver eu tenho dificuldades. Em retribuir também.

Então, sei lá, não tenho nenhuma mensagem de prosperidade, bondade e otimismo. Sequer uma historinha engraçada para contar. No fundo eu não concordo com isso porque, observe, se eu tivesse alguma mensagem de prosperidade, bondade e otimismo - ou até mesmo uma historinha engraçada para contar - eu não deveria ficar guardando isso para mostrar somente em um dia específico só porque todo mundo decidiu que neste dia todos vão exibir suas mensagens de prosperidade, bondade e otimismo - ou até mesmo historinhas engraçadas para contar. É mais ou menos como aquelas campanhas de camisinha que aparecem em fevereiro como se as pessoas só transassem no carnaval, sabe? De qualquer forma, se você faz tanta questão: "Feliz Natal. São os mais sinceros votos do seu qualquer-coisa de hoje e sempre."

"No Surprises" - Radiohead

December 23, 2003

sNoW oN tHe GrOuNd_

"Maybe light a candle
Don´t say a prayer for me
Feel alone cause I've gone and left you
Make Christmas your own."

The Used

E no meio de todas aquelas piadinhas infames de que o Papai Noel é casado com a Mary Christmas e os trocadilhos idiotas em volta do pobre peru de natal, eu me pergunto onde se enfiou o famigerado espírito natalino de que todo mundo fala.

Não, até agora ele não apareceu para me assombrar, sabe? E quer saber? Vai ver que o tal espríto, como diria minha avó, não tinha nenhum assunto inacabado e partiu sem deixar notícias. Ou então o Máscara da Morte está prendendo o pobre coitado na Casa de Câncer porque, sim, cancerianos são maus. Muito maus. Devo procurar uma mesa branca? Provável. Quem sabe assim ele não traz telefonemas ou então aqueles cartõezinhos seis-por-um-real que você gastava horas no meio da rua escolhendo um-por-um e que esse ano não comprou e sequer recebeu um que seja? Também podia trazer uma árvore de natal para que eu reclamasse que isso é uma tradição idiota e uma ceia para que eu reclamasse que estou gordo demais. Uma ceia com nozes, claro, para que eu pudesse roubá-las e mandar de presente para cumprir uma promessa feita a uma pessoa legal que me acolheu há alguns meses. Enfim, todas aquelas coisas que ninguém dá importância mas que de uma maneira ou outra acaba fazendo parte dessa época do ano. Tipo aquele urso da coca-cola protagonizando alguma cena estúpida ou a própria musiquinha da Leader Magazine, já citada anteriormente. Pode até trazer um peru tamanho médio que eu não me importo. Um enfeitinho, sei lá. E não venha dizer que é porque está tudo uma zona porque, tudo bem, até está tudo bagunçado e eu não posso andar nas noites de insônia porque pessoas dormem na cozinha, mas eu até levei um tombo pelo fato de o balde d´água ter mais força e destreza do que eu, ok?

Aparentemente o único resquício de tudo isso é mesmo o tal especial do Roberto Carlos e pessoas estranhas - que sabem quem você é - que aparecem. Não ligo para o RC e simplesmente detesto pseudo-parente. Não importa o quanto você seja baixo, você cresceu. Não importa o quanto você seja feio, você está lindo. E não importa o quanto estejas sujo, desarrumado e com barba suficiente para ser confundido com um integrante dos Los Hermanos, você continua tendo cara de granfino. Se eu detesto pseudo-parente, o que dizer dos que aparecem do nada com uma câmera digital? Pois é. Falta de respeito. Por tudo aquilo que eu já mencionei. E a melhor solução continua sendo dormir.

Dormir porque algumas coisas não voltam mais, porque que você não teve ânimo de comprar presentinhos para pessoas legais, porque a maioria das "pessoas legais" são provavelmente as pessoas que você nunca vai ver na vida ou ainda não voltará a ver e também porque você não tem certeza de nada e até pode formular planos, mas eles são dependentes.

Por tudo isso, querido Papai Noel, acho bom que o senhor emagreça, penteie esse cabelo, faça essa barba nojenta, comece a usar umas roupas melhores e mais confortáveis e reformule todo seu projeto de marketing porque aparentemente o senhor não está com essa bola toda e definitivamente a sua credibilidade vem caindo a olhos vistos. Apropósito, o senhor viu o que aconteceu com o Michael Jackson, né?

"Alone This Holiday" - The Used

December 19, 2003

cOnFuSiOn NeVeR sToPs_

Então, resolvi aparecer aqui porque, veja, eu não tenho a menor vontade de que as pessoas acreditem que agora eu só posto em dias múltiplos de cinco. Não, eu não sei do que eu estou falando, mas levem em consideração já que eu não estudo matemática há anos. Apropósito, mesmo não tendo propósito, Caroline bombando nos im da vida e a mania de me mandar coisas fofas e criativas não parou. Aqui está uma coisinha que não me deixa mentir porque, observe, quem mais teria a grande idéia de escrever "Cakinho te amo!" na janela do seu quarto castigada pelo frio europeu enquanto escuta fados e come bolinhos de bacalhau? That´s why I adore her. E Fique sabendo que o clima aqui está agradável. Não tão ótimo quanto o daí, mas está nublado etecétera e tal.

Em tempos como esse que eu me lembro de contar uma novidade que já não é novidade há algum tempo: eu tomo banho frio. Não é sensacional? Foi o que eu pensei. E o bom de tomar banho frio nesse tempo é que você ainda queima gordurinhas - eufemismo, fazer o quê? - indesejáveis saltitando pelo box. Uma graça. E eu, que já sou estabanado naturalmente, consigo a incrível façanha de enfiar o sabonete no olho. Kinho 1 x 0 Coordenação Motora. Mas o que você esperava de alguém que se corta toda vez que vai fazer a barba e, pasme, machuca a gengiva escovando os dentes? Que eu estivesse dormindo? Bem que eu queria, mas agora a moda é me acordar de maneiras não-convencionais e por isso estou aqui vendo Anjo Mau porque, não, eu não tenho tevê por assinatura e, sim, eu sou do tipo que faz comentários inúteis e vazios sobre a programação Global. E do SBT também.

Não sei se eu comentei, mas tem uma certa família que não gosta de rimas e sendo assim quem me acorda primeiro é a filha e só depois o pai liga. - "Que telefone é esse?" - perguntaram. Eu sei que eu não deveria ter respondido "um celular, tão pouco responder "meu" quando perguntaram quem era o proprietário, porém, veja, abstraindo todo o mau humor matutino, não é todo dia que você é acordado por alguém que poderia facilmente ser confundido com um operador Chileno de Telemarketing, certo? Sem maiores comentários porque uma mãe que joga vídeo-game e fala "gente boa" e um pai que se chama Rodrigo não merecem comentários. Isso não é nome de pai, definitivamente. É por isso que eu digo: estão acabando com a família brasileira. De qualquer maneira gostaria de mandar lembranças pro Rodrigão, que pelo menos foi educado. Aprendi isso com o meu celular, que é bondoso e gosta de retribuir coisas. Acho que ele funciona melhor do que eu porque, veja só, ele não pensa demais nas coisas. Ele simplesmente liga. E essa parte não foi para todo mundo entender, mas acho que alguém deve ter entendido.

Então eu voltei a dormir. Mas não deixaram. "Vamos ao cinema." Então vamos. Depois de MUITO pensar porque, como dito, eu penso muito. Desço falando que não vou. Pensando. Subo falando que não vou. Pensando. Tomo banho falando que não vou. Pensando. Desço de novo falando que não vou. Pensando. Ponho uma roupa que me deixa com ar de adolescente-malhação falando que eu não vou. Pensando. Paro de pensar. E vou. Vou queimando pela rua com um Sol quente dos infernos. Não dizem "Vá de Ônibus?" Pois eu fui. Reclamando, mas fui. Não que eu me importe em andar de ônibus, mas algumas coisas são profundamente irritantes.

Todo mundo sabe que desde o mês passado "já era natal na Leader Magazine", só que eu sinceramente não entendo porquê todo ônibus tem agora que enfiar um outdoor com um anjo obeso e semi nu de bochechas coradas e cara de idiota em qualquer parte bem visível do veículo, junto com palavras edificantes e montadas para vender qualquer coisa que não tenha nada a ver com anjos ou qualquer coisa que o valha, claro. Dia desses, por exemplo, estou eu bem sentadinho voltando pra casa quando, do nada, surge a anjinha deste fanart estampada em um ônibus da Feital pagando de garota propaganda. É ou não é pra ficar irritado? Sem contar outras coisas. E quando eu digo "outras coisas" eu não estou me referindo aos motoristas engraçadinhos ou aos vendedores ambulantes que aparentemente decoram um texto ou tem um código de honra porque repetem exatamente a mesma frase constantemente. Não importa qual ônibus. Não importa se é bananada, amendoim ou a pastilha-que-melhora-a-roquidão. O que importa é que eles "poderiam estar roubando, poderiam estar matando... mas não! ... estão ali, vendendo." Isso para não falar nos pseudos-mudinhos que, mesmo tendo cordas vocais o suficiente para não tem noção e jogam em cima da gente aqueles papéis sujos e amassados com dizeres bíblicos ou mensagens significantemente vazias. Enfim. Estou falando de coisas mais... hmmmm... exclusivas? Pois é. Como, por exemplo, a guria-que-eu-nunca-vi-mais-gorda-apesar-de-magra, que aparece sem ter sido convidada só para expressar a grande descoberta de "Nossa, você não está lendo hoje. Eu sempre vejo você com um livro." Ou então "Êêê... cochilou hoje, hein?" Tudo isso porque, não, as pessoas não se contentam em atazanar a vida da gente somente uma vez. Tem que ser mais de um comentário. Como se eu gostasse de ler ou dormir. Sinceramente? Das duas uma: ou eu chamo atenção ou eu tenho um semblante extremamente simpático com uma placa que pisca em neon "Talk To Me" no meio da testa. Isso para não mencionar as trocadoras, oh trocadoras, que se acham íntimas.

Tá rindo? Não, isso não é engraçado. Aliás, eu continuo não gostando que achem meu blog engraçado porque esses fatos, por incrível que pareça, são verídicos. Apropósito, sabe aquele dia que você acaba de sair de uma palestra e não dormiu nada e quer chegar em casa cedo para adiantar coisas mesmo sabendo que não vai fazer merda nenhuma e vai para o ponto de ônibus debaixo daquele sol escaldante esperar um ônibus que ao invés de demorar, o que seria mais aceitável, simplesmente passa? Pois é, passa sem você, é claro. Essa foi a primeira vez que eu fico com o braço estendido vendo o maldito ônibus passando em câmera lenta e, desacreditado, continuo com o mesmo braço estendido olhando pra trás enquanto ele se afastava em câmera lenta. Eu odeio perder as coisas. Fato. E isso inclui ônibus? Ah inclui? Inclui. E eu não me dou por vencido e não estava com vontade de ficar debaixo daquele calor escaldante mais um minuto que fosse? Ah não? Não. Foi então que eu reparei um outro ônibus parando por ali e eu, muito sem noção, entro e no melhor estilo "siga-aquele-carro" uso todo meu poder de persuasão para convencer o motorista me dar uma carona e alcançar o ônibus que eu havia perdido. Rá! Das duas uma: ou ele achou que eu estava brincando e gravando uma pegadinha para o programa do Sérgio Mallandro ou ele achou que era um jeito revolucionário de dar calote. O fato é que ele deve ter achado tão não-comum que sequer questionou, mas foi todo atencioso quando pediu para eu tomar cuidado quando ele - ao alcançar o ônibus que eu havia perdido - parou no sinal vermelho e eu resolvi descer no meio da Avenida atravessando por entre os carros até chegar no ônibus-que-eu-havia-perdido e bater na lataria até que o motorista tivesse a sensibilidade de notar pelo retrovisor que eu estava ali e abrir a porta. E pra que tudo isso? Para um funkeiro sem camisa e com as unhas maiores que a da Alcione sentar do meu lado, ver uma senhora japonesa de cabelos verdes(?) e o motorista se dirigindo a mim como o_sumido(!) quando eu desci do ônibus. Mas tudo bem porque, sim, eu abuso. A última foi levar uma câmera e me juntar aos conhecidos alunos de colégio público para tirar fotos dentro do "carro". How_social. Uma pena que eu não tenho scanner porque, sim, eu iria provar que a trocadora tem bigodes.

Mas enfim, onde eu estava? Ah sim, fui de ônibus para o cinema. Cinema. Fazia tempo que eu não ía ao cinema. A última vez que eu fui arrastado para aquele lugar escuro, úmido e gelado - ui, que sexy - foi para observar os seios e o sotaque não-naturais de Angelina Jolie em Tomb Raider II. E você sabe no que se transforma o cinema num filme desses, certo? Praticamente uma filial do clube das Chickelets da Punky, a levada da breca, que agora rodopia na internet em trajes mínimos assustando pessoas que aparentemente acham a coisa mais estranha do mundo uma menininha crescer e virar mulher. Pois é, tirando o Ferrugem, as pessoas crescem e envelhecem, sabe? Mas isso não é nada se você parar para pensar quem é o grande alvo das zoações dentro de um cinema para ver um filme onde a protagonista é carinhosamente apelidada de boca de bife e que, além de tudo, luta contra diversos japonesinhos. Pois é. Mas isso não tem nada a ver com a história. O que importa é que eu fui para aquele pseudo-shopping mesmo não querendo ir. Não tenho boas recordações porque, veja, não são em todas Lojas Americanas que aparece um fedelho que vai abrir aquelas caixinhas de suco de laranja "sem querer" e derramar no seu all star fazendo você se deslocar só para ter o prazer de secar o tênis na calça do guri, certo? Certo. Mas tem a C&A e, porra, eu gosto da Renner. Mas eu não vou dissertar sobre isso. Primeiro que eu não comprei nada e segundo que eu até me meti a experimentar uma roupa mas quase destruí uma gravatinha. Ainda bem que ninguém viu. Que ninguém ME viu com a gravatinha, eu digo. Ficou horrível.

Mas então, eu confesso: Maria, Mãe do Filho de Deus. Eu não acredito que conseguiram me levar para ver isso. Entenderam o porquê de eu não querer ter saído de casa? Não é nem pelo fato de eu nunca ter ido prestigiar o cinema nacional - ok, eu assisti O Que é Isso, Companheiro?, mas essa também é uma outra história - o fato é que eu não vejo graça em você passar por coisas desagradáveis para assistir um filme que você, além de saber a história de cór, já sabe como vai acabar. Tudo bem, eu não paguei nada, mas ainda assim. As pessoas me ganham pelo mimo. Ou não. Pelo menos desta vez eu não vou fazer nenhum comentário acerca da turma-de-adolescentes-que-adora-zonear-etc-etc-etc porque essa turma simplesmente não existia. Sério. Programa família e terceira idade total. Me senti no programa da Hebe. Para você ter idéia, o big deal da sessão foi o clipe do Peter Pan. Toca a introdução de Clocks. Pois é. O_melhor. Fora isso só o casal de velhinhas aparentemente lésbicas, que era a coisa mais fofa. Vai ver eram mãe e filha e eu não sei, mas dizer que eram um casal de velinhas lésbicas é muito melhor e provavelmente venderia mais se isto fosse uma revista sensacionalista. Processe-me.

E o que dizer do filme de uma mulher que, pelicularmente falando, foi desvirginada pelo próprio filho? Tirando o Padre Marcello Rossi, que não sabe atuar e fica com nariz e orelhas ainda mais gigantes na telona, e aquela guriazinha que tem a voz mais irritante do mundo, a Giovanna Antonelli tem que parar de pensar que virou a Jade só porque cobriu a cabeça com um véu. Era outra personagem, sabe? Deus é brasileiro, descobri que o Diabo é nordestino e a seleção dos atores para os apóstolos foi um desastre. Primeiro que puseram um Judas que eu não gostei - em se tratando de Judas ele tinha que, no mínimo, ter uma boca bonita e, não, não tinha - e segundo que o João dava nos nervos. Ele consegue ser mais carioca proud do que a Fernanda Abreu e chia mais do que uma portuguesa falando dois biscoitos. Sinceramente? A impressão que dá é que qualquer hora Jesus iria pedir para ele fazer alguma coisa e ele iria responder "Já é, peixe!". E por que a Maria Madalena não foi considerada uma discípula se ela fazia a mesma coisa do que eles? Eu gosto dela mas, enfim, não pretendo ficar dissertando sobre a crença de ninguém porque 1) eu não sou formador de opinião; 2) espero eu que ninguém resolva sair pelado pela rua só porque assistiu um filme tanto quanto ninguém pula de um prédio só porque uma personagem de novela pulou, afinal, isso são "coisas de Laurinha"; 3) não existe somente um livro sagrado, então não adianta pregar em cima de coisas que nem você sabe a veracidade exata, até porque ninguém é obrigado a aceitar sem questionar tudo que jogam pela frente, principalmente se jogam um bebê que do dia para a noite fica com trinta e três anos sem a menor explicação; 4) eu não estou aqui pra isso.

E no final das contas, pelo menos não foi Aquaria e eu ainda ouvi a introdução de Clocks. E, só a título de curiosidade, porque as pessoas cismaram com isso de que eu estava falando mal do filme do post passado? Não estava. Gente esquisita. Tudo bem, pleonasmo desnecessário. Period.

"Clocks" - Coldplay

December 15, 2003

pAy It FoWaRd_

Então, acabei de assistir um filme no SBT e eu acho impressionante a maneira que aquela mulher estupidamente sem graça do comercial dos sabonetes Dove aparece para interagir conosco, como se ela estivesse realmente ao vivo assistindo o mesmo programa que a gente, só para ter o prazer de nos contar o final do filme. O pior de tudo é que ela, pasme, acerta. Será que ela finge ser estupidamente sem graça e está realmente interagindo em tempo real? Não sei. De qualquer maneira, o que importa é que a mulherzinha que é a_cara da Helen Hunt não existe na vida real porque, veja, pessoas e cicatrizes não combinam. Pelo menos não deveriam. Talvez eu até compartilhe pensamentos semelhantes com o rapaz que parece com o Kevin Spacey, mas eu não uso terno e tênis brancos. Não ao mesmo tempo. E se quer realmente saber, me recuso a dar ouvidos a um fedelho inexpressivo que até outro dia dialogava com mortos e agora no auge da falta do que fazer monta todo um esquema cliché e utópico a sua volta como se as pessoas se importassem. Bom, sem maiores comentários, até porque eu só estou aqui escrevendo qualquer coisa pois sou estupidamente metódico e decidi que no dia quinze de dezembro eu iria estar colocando no ar um novo pseudo-layout e patatipatatá. Mas, mudando de emissorra, por que a Globo só resolve fazer a manutenção técnica de alguma coisa quando eu estou em casa e não consigo dormir e não tenho que acordar cedo? (...) Socorro.

"Time Stands Still" - The All-American Rejects

December 13, 2003

pReSeNtEeNhOs_

Pois é, o aniversário é dela mas quem ganha os presentes sou eu. Os parabéns já foram dados e, entre uma reclamação e outra, ganhei algumas coisinhas bem legais que eu simplesmente não tinha divulgado por aqui. Tenho que dividir a culpa com o kitnet que resolveu, sem mais nem menos, colocar um limite de espaço e, você sabe, odeio limites. Entre outras coisas.



Além do fanart acima, que além de colorir essa joça foi feito carinhosamente pela maior fã brasileira da cindy lauper, eu também ganhei o quinto fanart enviado por este moço. Será que eu já posso tentar uma vaga no livro dos recordes como a criatura viva que mais recebeu fanarts dele? Vamos averiguar.

Se não bastasse isso - note o esforço que eu estou fazendo para interligar os parágrafos - recebi dois wavs internacionalmente fofos. Dela, claro, que finge ter quinze anos. Exatamente: cada um tem o seu marketing e eu não vou me meter nesse tipo de coisa. O primeiro, direto da Alemanha, diz: "Kinho, du bist ganz süss, aber deine becher ist mehr", que nada mais é do que: "Kinho, você é bem fofo, mas a sua caneca é mais." O segundo diz: "anatawa kawaii desu", que em bom japonês quer dizer "você é fofo". Oooonnn. Isso porque ela está gripada e tra la la.

Bom - note que eu não tenho condições de continuar com esse post e vou dizer que eu não sei o que escrever - eu sinceramente não sei mais o que escrever - viu?! Tá, pelo menos eu atualizei e, ok, algo me diz que eu não deveria ter começado essa... hmmm... coisa (?).

Obrigado.

"Too Cold Here" - Manic Street Preachers

December 06, 2003

o CoRtIçO_

Ok, se não bastasse eu residir em um local de cor amarelo-vômito, agora eu já encontro buracos suficientes para dizer que eu resido em uma interpretação pós-moderna de queijo-suíço desenvolvida pelas escravas lésbicas da Mãe Joana do Alto Zâmbia. Não é fenonemal? Meu grande divertimento agora é produzir ecos em cômodos atualmente vazios no que tange mobília ou organização, desviar de cimento, poeira, uma variedade de coisas, sem contar, é claro, a sonoridade do ambiente. Você dorme embalado por marretadas, acorda ao som daquelas coisas que cortam azulejo... uma beleza. Ir ao banheiro então é uma aventura só, que vem me aborrecendo profundamente diga-se de passagem.

Primeiro que o MEU banheiro se tornou um latifúndio improdutivo onde o movimento do MSB - Movimento dos Sem Banheiro, caso não tenha entendido a piadinha sem graça - faz fila frente a porta do meu quarto para usar o dito cujo transformando o pobre numa espécie de filial da lagoa dos patos, ou coisa parecida. Não é nem questão de oh-meu-deus-como-eu-sou-anti-social-e-individualista mas, sinceramente, eu não vejo a menor graça em ter que ficar vigiando se a minha toalha, sabonete e produtos de higiene pessoal em geral vão ser utilizados por pessoas sem noção que não tem a menor de decência em se preocupar em trazer o deles. Segundo que agora, eu tenho que encontrar horários estratégicos para a utilização do local porque, sim, o vidro do basculante não está mais no local que deveria estar há séculos, então o sinal/sinaleira/farol – note que kinho dickinson também é diversidade cultural - só fica verde quando os pedreiros resolvem almoçar ou quando o expediente acaba. Apropósito, mencionei que eles bebem mais água que camelos? Eles bebem.

Se continuar assim não vou estranhar nada se a Rita Baiana aparecer por aqui de mãos dadas com o José Rainha querendo tomar banho, sabe?


"Swing, Swing" - The All-American Rejects

December 05, 2003

pErSpEcTiVa TeRmInAl_

Bla bla bla... ”eu-não-consigo-escrever”... bla bla bla... ”isso-aqui-tá-uma-merda”... bla bla bla. (...) Então, é só comigo ou tem mais alguém implicando com aquelas vinhetinhas irritantes que a senhora dona Rede Globo insiste em exibir incessantemente? Não é nem pelo fato daquelas bolinhas-de-sabão-amestradas a.k.a. logotipo-da-emissora formarem uma pseudo árvore de natal, sabe? Poderia até ser pelo fato de estarem anunciando um programa que vai ter um anjo como uma das personagens - o que provavelmente vai render comentários super criativos, revolucionários e originais - mas também não é isso. Tudo bem, eu não sei o que é, mas olhe pelo lado bom: eu não espero que você saiba. Isso não é maravilhoso? Seria se eu não achasse muito chato isso de ficar indicando intervalo sim, intervalo não que já estamos em dezembro e que o ano está acabando. "Já vai tarde!" - eu diria, mas está acabando “Pra quê?” - eu me pergunto. E como eu me pergunto, acho que eu vou ficar sem resposta porque, não, eu não sei responder tanto quanto acho engraçado como as coisas mudam porque, veja bem, assim como no ano passado eu continuo não sendo um grande entusiasta desse mês, mas o diferencial é que agora nem aquela velha história de um ano atrás de que "as-coisas-vão-mudar" eu tenho. Aawwn... triste, né?

Não pretendo fazer uma avaliação do ano disposable que foi/é 2003. Não agora. Também não vou formular uma daquelas historinhas ridículas indicando metas para o ano vindouro. Que tipo de metas? Aqueeeeelas coisinhas que toda solteirona e toda gordinha fazem dizendo que vão conseguir um namorado rico, estiloso, educado, sensível, romântico etecétera e tal e, no segundo caso, perder uns vinte quilos. No mínimo. Não que eu seja pessimista, mas, convenhamos, as coisas não vão mudar tanto quanto a solteirona vai continuar encalhada E se achar alguém com as tais características provavelmemte também vai estar procurando um namorado. E a gorda? Oras, a gorda vai continuar atochada em um short de cotton enquanto assiste ao Melhor da Tarde se empanturrando com qualquer coisa que necessite de mais de duas folhas daqueles guardanapos super ultra absorventes enquanto eu fico aqui perdendo meus dias em frente a esse computador me tornando uma versão dos exemplos anteriores pela total falta do que fazer. Fato.

"Several Ways To Die Trying" - DC