March 30, 2004

ThE cLiChÊs_


"My life has been stolen from me.
I'm living in a town I have no wish to live in.
I'm living a life I have no wish to live.
How did this happen?"

Preciso escrever. Escrever nem que seja para contar a historinha de um personagem qualquer e fingir que eu não estou falando de mim mesmo. O problema de querer escrever é que você não é o único ser do universo que quer escrever e não é o único que está escrevendo nesse exato momento. Sendo assim, por mais original que você possa achar que é - e talvez seja - provavelmente não é o único a se prender em algo que aparentemente não te faz bem tanto quanto não será o primeiro a escrever sobre isso. A questão é que eu acredito que não é porque alguém escreveu sobre determinado assunto antes de você, que você não possa escrever sobre. Muitos porquês, muitos achismos. Como você já sabe, distração com amenidades. Tipo estar escrevendo isso. É como se você ligasse o rádio na hora exata em que aquela música que você tanto gosta está tocando e ficasse todo animadinho com isso, como se esquecesse do mundo e tudo. Você só não presta atenção no fato de que a música só vai durar uns cinco minutos.

Se isso tornasse a leitura mais agradável e inteligível, nesse exato momento poderia dizer que seria favorável ter um pequeno pedaço do talento de Vivi. Bem íntimo, sabe? Porque a onda agora é ser doutor em modernismo inglês só porque você assistiu um filme. Não que eu queira provocar um grande avanço literário ou provocar uma ruptura na literatura mundial, que fique claro. Tão pouco adotar o sobrenome Dalloway, pois - não que eu faça parte da tribo dos anti-modinhas - isso está extremamente atual, clichê e teeny-influenciado-por-livros-e-filmes. Mais do que eu gostaria que estivesse. Mais do que eu posso aceitar sem ter necessidade de alfinetar. Também não estou pensando em nenhum correspondente masculino - e acredito que as mulheres tem uma grande vantagem em aspectos como esse. É só parar para observar Lady Macbeth e seu marido, uma Maria mais interessante que um João, até mesmo a Minnie e o Mickey. Por mais patricinha, intragável e fútil que ela seja aquela rata desprezível ela consegue ser mais natural do que aquele rato almofadinha que aparentemente é tão certinho, mas tão certinho, que se arrotar após beber coca-cola e alguém notar, morre. Deve estar treinando para ser protagonista de Malhação, coitado, mas não é sobre isso que eu gostaria de escrever. Sem contar que eu prefiro Pepsi.

Só queria acabar com toda essa linearidade que se fixou por aqui e me guiar pelo tão especulado fluxo de consciência, sem me apegar a tempo, espaço, pessoas ou qualquer outra coisa. Só para dizer, de uma forma bem direta, mesmo que subjetiva, que as vezes os mínimos detalhes de uma vidinha miserável podem ser tão prejudiciais quanto o maior dos problemas. Dizer que as horas se arrastam, os minutos idem, e junto com eles toda inadequação, todas as tentativas frustradas, todas as idas e vindas, toda a insatisfação mascarada pela apatia constante e a depressão, óh, fiel companheira! Nossa, como ficou forçado esse "óh". Lembre-me de excluí-lo da próxima vez. Mas, como eu ía dizendo, toda a pseudo-depressão e melancolia de se viver algo não-bom. É bem aquela história batida de não suportar a felicidade que terceiros desejam para você, tentar viver desejos de outros, ansiar por um sentido na vida e, obviamente, liberdade, independência. Quando eu digo isso, não é aquela realidade paralela que você cria para se sentir melhor, até porque é muito fácil você ser o_independente quando você tem papai e mamãe que bancam toda essa pseudo-independência para você, mas isso é uma outra história. O fato é que, sendo original ou não, algumas pessoas não são boas em encarar a vida de frente, outras são piores ainda quando tentam descartá-la. (...) Basicamente isso.

"Thinking It Over" - Gabriel Yared

March 27, 2004

fAkE cOmMuNiTY_

Já mencionei que internet está um cu? Pois então eu menciono: internet está um cu. Aliás estava discutindo isso outro dia com uma pessoinha que também acha que internet está um cu e que rotina virtual sux. Não que alguém esteja interessado, pois deve ser muito chato conviver comigo ou ler um post meu se você não for eu mesmo - e olha que as vezes nem isso. No final das contas, alguém tem que fazer o papel de chato, logo eu reclamo e escrevo coisas que muitas vezes só eu vou entender, porque afinal de contas eu sou um ser amargurado que não sabe ser direto e por isso faz posts subjetivos cheios de mensagens subliminares sujeitos a múltiplas interpretações, não é mesmo? Provavelmente porque eu não tenho aquele dom de me expressar de forma poética, não sei escrever coisas que as pessoas querem ler, não sou engraçadinho e também não coloco muitos testezinhos e coisinhas fofas em geral. Sequer estou a par das coisas que rolam por aí e, não sei se eu já mencionei isso por aqui, mas aparentemente formou-se uma pequena comunidade paralela. Comunidade essa da qual eu não faço parte e agora todos tem suas piadinhas internas e eu fico de fora. Se pararmos para avaliar, eu nunca fiquei "por dentro", mas isso não tem absolutamente nada a ver com o que eu iria falar. Primeiro que não faz a menor diferença, apesar de estar escrevendo a respeito. Segundo que, como dito, não é sobre isso que eu gostaria de falar. Terceiro que uma comunidade não dura para sempre e chegará o dia em que o velho Kinho Dickinson vai estar lá, conectado em um momento em que ninguém vai estar. Ai, que coisa mais "I´ll always be right there"... com cinco pedras nas mãos.

"Boys Don´t Cry" - The Cure

March 25, 2004

tHeSe DaYs_

Quinta-feira. Impressão minha ou os dias realmente estão passando muito rápido? Estranho, pois os minutos se arrastam e mesmo assim os dias passam. Acho que temos uma figura de estilo. Ou seria de linguagem? Esse tipo de assunto anda me incomodando e eu finjo que não é comigo. Falando nisso, continuo não entendendo as pessoas, que vêem as coisas do jeito que querem e insistem em fingir que não conhecem os motivos de determinadas ações. Pois é, nenhum motivo aparente, mas você sempre sabe que tem alguma coisa. Sem especulações e viagens astrais, por favor.

Realmente deve ser muito fácil falar que alguém tem problemas se esse alguém não fala nada. É muito fácil especular motivos para a possível tristeza de alguém se aos seus olhos essa pessoa não tem motivos para estar triste. É tudo muito fácil quando não é com você. Fácil. Extremamente fácil. Só que ao contrário dessa música cretina, eu nunca canto junto. Não porque eu queira bancar o anti-social, o frio, o insensível-foda-que-conta-suas-aventuras-por-aí, simplesmente porque eu não canto, sem explicações e ponto. E com isso vem a atenção de última hora, aparecem os doces que tentam comprar uma reação, um sorriso e, claro, também aparecem as perguntas e os comentários que você odeia e que acabam estragando tudo, gerando mais comentários e por aí vai. O Rei Leão que me desculpe, mas isso não deveria fazer parte do famigerado Circle of Life que ele tanto rugia. Life? Tem que ser muito otimista...

"Constellation" - The Juliana Theory

March 23, 2004

uNtReNdY_


"I don't give a damn 'bout my bad reputation..."

Posso até ser suspeito para falar já que nunca achei graça em par de vasos, mas temos que concordar que toda moeda tem dois lados. Estive pensando - é, eu tento algumas vezes - e comecei a observar que ao mesmo tempo que existem as pessoas que seguem as odiosas "modinhas", existem aqueles que estão sempre dispostos a criticar essas mesmas pessoas. Por mais que usem todos os acessórios que tanto criticam, ouçam as músicas mais comerciais possíveis, posem para fotos fazendo as conhecidas "caras-de-cu" e depois gastem preciosos momentos photoshopando as tais fotos para exibirem em um site qualquer etecétera e tal, esses seres, que aparentemente odeiam a uniformização da massa e o famigerado senso comum, sempre estão prontos a destilar o seu veneno em cima de pessoas que, assim como eles, fazem da sua vida uma incessante corrida pelo reconhecimento, status e bom gosto. Ou quase isso. A verdade é que algumas vezes alguém começa a criticar determinado grupinho pré-definido e esteriotipado - na maioria das vezes pelas mesmas pessoas que o criticam - como se todo mundo dentro daquele círculo fosse... "poser". Eu sei que isso pode chocar um pouco, mas alguém já parou para pensar que algumas vezes pessoas que usam óculos com armação espessa e preta podem simplesmente ter algum tipo de deficiência ocular(?) e gostarem desse tipo de óculos, sem necessariamente ter qualquer tipo de relação com qualquer músico ou "tribo-não-indígena"? Pois é.

Se eu fosse psicólogo, eu poderia diagnosticar todos esses fatores como uma disfunção completamente disposable ou ainda usar palavras difíceis para insinuar que esse tipo de pessoa faz esse tipo de crítica para se reafirmar, muitas vezes pelo fato de não conseguirem ser o objeto de desejo, que passa então a ser criticado. Mas como eu não sou psicólogo e sou um completo desocupado que adora usar a desculpa de que não tem nada melhor para fazer, acredito que algumas pessoas querem mesmo é aparecer. Simples assim. Caso você não tenha parado para pensar e não tenha observado, esse número de pessoas vem crescendo de uns tempos para cá. Será que está começando a modinha dos "anti-modinhas"? Juro que um dia desses eu ainda faço um post sobre isso.

"Singing In My Sleep" - Semisonic

March 22, 2004

tV-tOnE_

Gelatina sabor morango, mingau de cremogema sabor morango e eu não tenho nada para contar. E olha que isso foi ontem. E no sábado. Como os embalos de sábado a noite acabaram e eu não sou o John Travolta, vou ficar escrevendo por aqui porque o tédio toma conta do meu corpo enquanto eu fico enfurnado nesse quarto frente a essa telinha, que agora é 1024, como você já sabe. Em outra situação isso até poderia ser uma coisa boa, mas agora não é. Dia chato, tedioso, macambúzio e repleto de programinhas inúteis na TV. As mulheres deveriam se sentir ofendidas por chamarem esses programas de culinária e inutilidades domésticas em geral, cheios de propagandas com pessoas pseudo-simpáticas dispostas a vender a própria mãe em suaves parcelas com setenta e duas prestações, de "Programas Femininos". Mesmo. É sempre uma mulher estabanada querendo cozinhar algo, uma bicha encrenqueira - espero que não tenha soado pejorativo ou redundante - falando mal da vida dos outros e recebendo múltiplos processos. Isso quando não aparece a irmã do Gugu que, pela falta cérebro para fazer qualquer coisa que não esteja relacionada com números, fica plantada igual uma samambaia. Sinceramente? Meu televisor tem que permanecer desligado enquanto eu estiver usando o computador. Nem tanto porque o Corujão vem me surpreendo na seleção de filmes e reservando uma agradável surpresa diária, ao contrário do Intercine que sempre exibe no dia seguinte a pior opção do dia anterior. São as pessoas que não sabem escolher o filme ou o responsável pela exibição fica extremamente irritado porque ninguém perdeu tempo ligando pra lá e exibe o pior filme? Seria uma explicação mais plausível do que admitir que a maiora das pessoas têm mau gosto. Mas, você sabe, elas têm. Com acento.

"Why Worry" - The All-American Rejects

March 21, 2004

sTrIkE_

Por mais que você ache que eu sinta algum tipo de prazer em reclamar das coisas, algumas vezes eu tenho razão. Isso para ser modesto, claro, porque você sabe que eu sempre tenho razão. Ontem, por exemplo, tinha uma mulher berrando aqui perto. Aparentemente não apareceu ninguém para tirar o maldito microfone da mão da tal "crente", que a essa altura do campeonato parecia que estava gritando dentro do meu quarto, e o pior é que eu não sabia de onde vinha os grunhidos para, sei lá, tacar um balde d´água ou ligar o som e colocar "The Number of the Beast", para confrontar de maneira bem poser. Não é caso de ficar criticando a crença, religião ou qualquer-coisa-que-seja de terceiros, só acho uma falta de respeito tanto quanto ela acharia se uma tropa de Baianas aparecesse rodando descompassadamente, ao som de uma música tribal qualquer, na frente da residência dela. Isso sem contar, é claro, que as pessoas interessadas provavelmente deveriam estar bem próximas, logo não tem a necessidade de a cretina bancar a bezerra desmamada. Sem condições. Se esse tipo de assunto já enche o saco por si só, imagina quando toda essa demagogia hipócrita - pleonasmo? - se transforma em um grande espetáculo e a fé das pessoas mais um negócio rentável que movimenta inclusive o trio-elétrico que corre por aí anunciando, por exemplo, mais uma Sessão do Descarrego?

"Bigmouth Strikes Again" - Placebo

March 19, 2004

rOuNd tWo_

As vezes eu acho que as pessoas levam as coisas a sério demais. Ou então eu sou ingênuo - lerdo, segundo a maioria - para acreditar que as pessoas não vão fazer uma tempestade pelas coisas que eu escrevo, como se elas tivessem qualquer importância para alguém que não seja eu mesmo. E olha que nem sempre elas são importantes porque, veja só, eu não vejo importância em dizer, por exemplo, que hoje eu quebrei um prato e observei duas taças serem quebradas simultaneamente, apesar de escrever sobre. Poderia até ter uma importância maior se eu mencionasse que quando eu tinha, sei lá, oito anos, eu quebrei aquele que seria o primeiro prato quebrado de toda a minha singela vidinha e guardei os caquinhos, que foram se perdendo com o tempo, mas o fato de eu ter quebrado o prato hoje não tem que ter uma relação com esse fato. Não se eu não quiser. É como se eu postasse a foto de um bonequinho triste, usasse a frase "in the future things will be better" - que nem fui eu que formulei - e aparecesse um gringo insandecido escrevendo: "en el futuro.. si de eso estoy segura.. pero mientras k hacemos????? lo uniko k te puede aiudar es saber k podrias estar peor... siempre se puede estar peor asi k hai k estar agradecidos por al menos tener un poko de fortuna." E, pasme, acontece. Tudo isso como se eu tivesse que estar com uma gilette no pulso só porque eu postei algo que, aparentemente, é triste. Escrevo A, as pessoas entendem B e se não bastasse isso ainda aparecesse o C dizendo que tudo não passa de uma indireta para D e por aí vai. Ok, eu deveria ter formulado isso com números porque essas letrinhas não ficaram boas. Se bem que, mesmo que eu tivesse feito isso com hieróglifos egípcios, alguém iria interpretar de uma forma completamente egocêntrica - mas só aquelas pessoas que te conhecem e/ou nutrem alguma coisa por você, claro. Seguindo aquele raciocínio do "o-que-leva-uma-pessoa-a-se-projetar-para-dentro-de-um-texto-de-outra-pessoa", até que o post anterior serviu para alguma coisa, mas não é de hoje que eu estou cansado de interpretações estapafúrdias e não é de hoje que você está cansado de me ver reclamando disso. Next topic, please.

"Novocaine For The Soul" - Eels

March 18, 2004

oLd ScHoOl_

Algumas vezes eu tenho que descer do alto da minha indiferença para filosofar sobre coisas tão manjadas quanto aquela velha piadinha que questiona o fato de as mulheres abrirem a boca ao passar um creme no rosto. Sei que essa singela tirada não teve a menor graça. Menos graça ainda é ficar com essa sensação que parou por aqui, pois apesar de estar cansado de saber que "não são todos os dias que você encaixa as palavrinhas”, eu detesto ter um tema específico para reclamar e simplesmente não conseguir. Detesto. É como se alguém escrevesse um folhetim de quinta insinuando coisas a seu respeito e você simplesmente não conseguisse ir até um programa de fofocas qualquer, desmentir as possíveis acusações e contar a sua versão dos fatos. Principalmente quando quem escreve é alguém que não tem autoridade para completar um período que seja a seu respeito. Isso faz com que o texto, que até pode ser bem formulado, seja vazio de relação, nexo, motivos e, principalmente, coerência. Para um texto jornalístico isso definitivamente não é uma coisa boa, mas nem todos os textos necessitam de veracidade para acontecerem. Uma pena. Ou não. Mas nesse caso é.

De um modo geral, quando alguém perde tempo escrevendo determinado texto, esse alguém escreve sobre coisas que, de uma maneira ou outra, é razoavelmente importante ou simplesmente "diz algo" para esse mesmo alguém - sendo verdade ou não, sendo real ou não. Seguindo esse raciocínio, é fácil descobrir o que leva uma pessoa a se projetar para dentro de um texto de outra pessoa: é querer fazer parte da obra, ter uma importância, sentir que faz parte, pelo menos, do pensamento de alguém. E isso, convenhamos, é profundamente idiota. Ainda bem que algumas pessoas notam isso antes de sairem flutuando por aí. Em um caso como esse, eu poderia até dizer que não existe "você" no texto e o que existiam eram apenas contextos e contextos dependem de muitas coisas para sobreviver. Em todo caso, eu não vou fazer isso porque eu sei que textos são apenas para serem lidos e se interpretar o texto de alguém por um lado biográfico fosse coerente, insisto, ninguém iria conseguir entender os famigerados "textos anônimos". Culpa do texto? Não. Culpa sua que provavelmente deve tem um forte motivo para se lançar para dentro dele sem que eles tenham qualquer relação contigo e sejam muito mais abrangentes do que você pode imaginar. E, convenhamos, além de não ter motivos, eu estou apático o suficiente para não ficar perdendo tempo com coisas que só existem na cabeça de terceiros. Tudo muito complicado, eu sei, mas é que são duas faces de uma mesma moeda e eu precisa escrever sobre porque eu não tenho nada melhor pra fazer - notar que sempre que eu posso eu enfatizo esse fato. E se você achou que esse texto é uma indireta para você, sugiro que leia novamente. Obrigado.

"A Rush of Blood to the Head" - Coldplay

March 17, 2004

cOnTa CoMiGo_

"The kid wasn't sick. The kid wasn't sleeping.
The kid was dead."

A julgar pela foto, você deve estar pensando: "Ai, lá vem aquele chato fazer mais um post reclamativo cheio de frasezinhas estúpidas que ninguém quer ler falando sobre um filme infanto-juvenil qualquer dos anos oitenta." Pode até ser verdade, mas quem disse que eu estou preocupado com aquilo que você está pensando? Ao contrário do que muita gente acredita, isso aqui não é um jornal, uma revista de fofocas ou qualquer coisa que o valha e assim sendo, eu não tenho a menor obrigação de atender a clientela. Até porque você já leu por aqui que quando você tenta agradar alguém você acaba não sendo honesto consigo mesmo e tenho certeza que falsidade ninguém estar afim de ler, certo? Pois é.

Então, imagens não fazem mal a ninguém e, não que eu queira abrir uma discussão sobre isso, mas um dia desses no mundinho live journal - notar como eu segrego as coisas - surgiu uma frase interessante que dizia mais ou menos algo como: "todo mundo já viu goonies". Como assim "todo mundo" já assistiu ao filme Os Goonies? Eu não assisti. Na verdade eu já assisti cenas, partes, gente escorregando daqui, fedelhos procurando tesouros dali, aquele cara feioso que até hoje eu não sei o que era... enfim, o básico. Realmente nunca tive paciência para assistir ao filme na íntegra e acredito que assim como eu - ou até mesmo a outras pessoas que não assistiram uma cena sequer - existe muitos outros que também não o fizeram. Claro que eu não levo a ferro e fogo quando alguém diz "todo mundo" tanto quanto eu não acho que alguém vai realmente chorar rios de lágrimas. Hipérboles existem e todos adoram. O fato é que criou-se um "bafafá" ao redor de Os Goonies que eu não gosto. Colocaram o filme como um ícone dos "80s" e se você não assistiu você não é nada porque, convenhamos, agora é in você ser nostálgico, abrir fotolog para relembrar das Patotinhas e falar de coisas que muitas vezes você nem conheceu. É como se eu usasse o Kichute, odiasse amarrar aquele cadarço horroroso na minha canela - e odiava, mas minha mãe aparentemente achava lindo - e agora ficar lembrando disso como uma coisa gloriosa só porque todo mundo acha o_auge da estética contemporânea. Isso quando você não fala do Neutrox como se ele não existisse mais, claro.

Acredito que há uma grande diferença entre lembrar dos tombos homéricos com o tal do Pogobol(?) para constatar que sua infância/juventude era mais saudável do que a infância/juventude atual - que tem como grande aventura os desafios de Counter Striker, por exemplo - e sair por aí gritando que amava o Juba e o Lula só para afirmar alguma coisa. Mas, enfim, lá vou eu me desviando do assunto quando na verdade bastaria dizer que, como insinua a imagem no topo do post, eu prefiro o filme Stand By Me. E olha que não tem nada a ver com achar aparentemente divertido gritar "Bola de Sebo! Bola de Sebo!" ou se surpreender ao finalmente ligar o nome à pessoa e descobrir depois de anos que o Jerry O'Connell, que até então só brincava com baratas, fosse aquele gordo desengonçado, que piora consideravelmente com aquela voz de marreco com asma que colocaram pra ele na dublagem. Tipo aquelas propagandas de antes-depois. Será que o meu processo foi inverso? Enfim, só acho que o filme resgata muitas coisinhas legais. Coisinhas que a gente não vê mais por aí. Coisinhas que as crianças, que quase matam para serem chamadas de pré-adolescentes, não fazem mais. Coisinhas nostálgicas. Coisinhas essas que eu não vou ficar listando e comentando porque sinceramente ninguém merece discursinho patético de oi-como-é-legal-a-infância ou ainda pagar de Spice Girl levantando a famigerada bandeira de Friendship Never Ends. E o que tudo isso tem a ver com a história? Na verdade eu jurava que você soubesse e pudesse me responder. Como diria o Gordie: "It's stupid, it's a stupid waste of time."

"Stand By Me" - The Temptations

March 16, 2004

In ThE rYe_

- Tira a boca daí. Não posso entender nada do que você fala, com a boca desse jeito.
- "Você não gosta de nada que está acontecendo.
[Quando ela disse isso fiquei ainda mais deprimido.]
- Gosto sim. Gosto. É claro que eu gosto. Não diga isso. Droga, por que você tem que dizer um troço desses?
- "Porque você não gosta. Você não gosta de nenhum colégio. Você não gosta de um milhão de coisas. Não gosta mesmo.
- Gosto! Aí que você está enganada... aí é que você está completamente enganada. Pomba, por quê que você diz isso?
[Puxa, como ela estava me deprimindo.]
- "Porque não gosta. Então me diz uma coisa de que você goste.
- Uma coisa? Uma coisa que eu gosto? Está bem.

(...)

- "Você não consegue nem pensar numa coisa."

"Campfire Kansas" - The Get Up Kids

March 15, 2004

nEwOuT_

Popups ligeiramente atualizadas em forma de X, Elijah Wood etecétera e tal. Pois é, layout novo. Na verdade nem tanto porque se você parar para observar, com exceção do fato de ter sido o primeiro layout confeccionado em resolução 1024x768, é a aquela mesma coisa de sempre pela total falta de criatividade, originalidade e paciência de tentar um novo "estilo". Só para dar uma repaginada, tirar aquele aspecto de "oi-ainda-não-estamos-postando-por-aqui" e, principalmente, tentar "desencanar" do kitnet, que não deixa eu dar upload em mais nada, apesar de manterem meus arquivos nos servidores até meados de abril. Como eles são bondosos, huh? E sem aquela história de que nada é para sempre e que um dia eu teria que perder o meu arquivo de imagens, por favor, até porque eu não pedi a sua opinião.

Trevor Gosford diz:
eu só acho q vc deveria criticar menos

Trevor Gosford diz:
irira sobrar mais espaço pra falar do que voce GOSTA

Trevor Gosford diz:
pq nunca li um post assim

Trevor Gosford diz:
"eu gosto de bolo"

Trevor Gosford diz:
é sempre "as bolachas nao deveriam existir, os biscoitos devem se esconder pq eu nao gosto"


(...)

Bom, vamos ver se agora eu me animo...

"Blue and Yellow" - The Used

March 13, 2004

bItTeR_

Eu particularmente não entendo o porquê de alguém gostar e se apegar tanto a um eclipse solar sendo que, depois de curtir aquele momento, ele provavelmente nunca mais vai ver o tal eclipse novamente. Não venha você me dizer que isso tem coerência porque eu não vejo nenhuma. Tudo bem, posso até concordar que as minhas metáforas estão se tornando cada dia mais esdrúxulas e idiotas, mas o fato é que, com toda aquela história de guardar para ver quando der vontade, bateu uma certa nostalgia agora. (...) Meu poder de síntese me assusta.

"Wait" - Something Corporate

March 12, 2004

rOtInE_

Cá estou eu com o meu pacotinho de Passatempo, recheado, e tenho que concordar que, aparentemente, uma das melhores coisas que acontecem quando você fica alguns dias sem postar coisas idiotas - que atingem determinada importância, quase como uma questão de honra - ou posta coisas mais idiotas que o normal, é que você pode provar para si mesmo que não tem distúrbios de obsessão e consegue naturalmente quebrar todo um esquema temporal-numérico-qualquer-coisa-que-o-valha e não surtar por isso. Na verdade, sim, você surta, mas tenho que aprender a parar de ficar editando tudo que eu escrevo - como se tudo isso fosse concorrer ao prêmio nobel de literatura ao invés de ficar mofando nesse template mal feito sem que ninguém leia - e simplesmente escrever sem olhar pra trás ou para frente - em todos os aspectos. Talvez tudo isso aconteça porque eu sou aparentemente instável, infinitamente insatisfeito etecétera e tal, mas apesar de "surtar" ter se tornado uma palavra IN atualmente e, como toda modinha, não fazer o menor sentido, tudo isso é para tentar escrever sobre algo que anda me incomodando ou pelo menos fazendo com que eu escreva essa merda de post nonsense: estou me preocupando/incomodando com besteira, pela total falta do que fazer.

Eu sei que mudança não é algo muito normal, você sabe que eu odeio não ter ou perder o controle sobre as coisas, mas daí a ficar feito uma perereca neurótica, pulando de um lado pra outro, só porque o seu layout não está do jeito que você quer e você não está conseguindo mudar ou porque tu não consegues postar no livejournal ou ainda ficar perdendo tempo pensando em coisas completamente dispensáveis só porque o kitnet vai deletar todos os seus arquivos e te deixar na rua da amargura dependendo daquele pseudo-servidor que você achou, sem a menor garantia temporal, é outra coisa completamente diferente. Enfim, desculpas. Desculpa para tirar a sua atenção para coisas que você não quer se preocupar, por falta de maturidade. Aliás, isso é uma desculpa também. Aí você fica querendo ver acessos e comentários, quando na verdade você nunca ligou pra isso, só para não admitir que está desmotivado com o mundo ou abstraindo o mesmo. Pelo menos agora. Juro que estou. E eu fico reclamando disso ou daquilo porque tudo está meio "bã", mesmo que você não saiba o que isso significa. É aquela boa(?) e velha sensação de férias infinitas, que voltou a se alojar por aqui fazendo com que eu fosse completamente tomado pela rotina e, como eu sou acomodado por maioria de votos, não estou fazendo nada para sair disso. Aí eu continuo acordando naquele mesmo horário, desligando o ar-condicionado, ligando o computador, indo ao banheiro... e todas aquelas coisas mecânicas. Que_previsível. A propósito, acabei de lembrar de você. É, você, que é tão previsível quanto eu se ainda não percebeu. Pois é, rimou. Viu como combinamos?

Você - generalizando agora, por favor - pode até pensar que esse é mais um post randômico e reclamativo de um adolescente com crises existenciais, mas se eu não tenho mais idade para ser considerado um adolescente, vamos combinar que temos um problema. Tudo bem que no meio disso eu tenho algumas novidades. Tudo bem que no meio disso tem uma cachorra idiota que apareceu por aqui para disputar espaço com a minha querida gatinha anti-social, que não tem medo de latidos e enfrenta. Tudo bem que tem queimaduras de cigarros sortidos pelo meu braço, encontros amigáveis, pessoas que se insinuam e eu não noto... mas eu não quero falar sobre isso porque afinal de contas esse é um post reclamação-auto-análise e se eu começar a escrever sobre momentos alegres e divertidos tudo perde o sentido. Juro que não é uma alfinetada ou uma alusão a manter segredinhos idiotas, apesar de ter motivos para fazê-lo porque, veja só, eu também andei avaliando o comportamento humano e as atitudes não-boas que a gente só percebe depois de muito tempo de pseudo-convivência, mas essa é uma história que não cabe, assim como aquela proposta que apareceu. Negócios. E minhas atuais idéias para essa área são outras, mas isso eu só vou escrever quando tiver algo bem definido porque, convenhamos, de suposições minhas você já está cheio. E de posts infundados como este também mas, admita, não é tão infundado assim e você não tem algo mais interessante para fazer nesse exato momento e corre um grande risco de se identificar com tudo isso.

"Valentine´s Day Is Over" - Kind Of Like Spitting

March 10, 2004

mOrE bUlLsHiT_

Impressão minha ou de uma hora para a outra todo mundo simplesmente adora música eletrônica? Isso me lembra, sei lá, novembro de 2003, onde todo mundo era fã incondicional de Coldplay e você era só mais um na multidão. Aliás, onde esse povo foi parar? Eu atá poderia dissertar a respeito disso mas, sinceramente, eu não estou afim de formular frases engraçadinhas para demonstrar que eu não gosto desse tipo de modinha ordinária. Mentira. Desculpinha esfarrapada que as pessoas sempre arrumam quando não são capazes de escrever sobre determinado assunto, não querem ou simplesmente não conseguem, mesmo querendo. Ainda não diagnostiquei o meu caso, é verdade, mas até aí isso não é importante porque eu tenho algo mais importante a dizer: a Beyoncé é gorda. Exatamente isso que você acabou de ler. Muito tempo se passou e essa frase, que ficou presa em algum lugar entre meus dedos, tinha que ser publicada antes que a miserável resolvesse emagrecer fazendo com que a mesma frase não tivesse o menor sentido tanto quanto a Sarah McLachlan andar por aí com aquela escultura capilar, quando na verdade ela fica bem melhor de cabelo curto, mas isso é uma outra história e história por história agora todo mundo está tecendo comentários libidinosos sobre aquele bombeiro, que aparentemente é o pivô da separação da Luma de Oliveira, certo? Não que isso aqui tenha se transformado na filial da Isto É Gente!, que fique claro, mas quando eu estou cambaleando de sono às sete da manhã e o dito cujo quase me atropela, só porque resolveu colocar um shortinho minúsculo e esvoaçante para fazer cooper com o seu batalhão, ninguém fala nada. Voltando ao assunto, você pode até não concordar, claro, mas eu estava assistindo o Grammy um dia desses e sei do que eu estou falando. Ou não. Particularmente, também não entendo o porquê de a gordinha rebolativa citada anteriormente deixar um grupo para fazer exatamente a mesma coisa sem a presença de duas bundas auxiliares. Logo eu, que sempre pensei que três bundas não-pensassem melhor que uma. Em todo caso, vamos ficar quietinhos porque coisas desse tipo só fazem o post ficar mais aleatório do que já estava, mas, enfim, desde quando eu primei pela coerência?

"Begging" - The Libertines

March 08, 2004

hIpOcRisIa_

Hoje é o Dia Internacional da Mulher e isso até poderia ser uma coisa boa se não levássemos em consideração que existem outros trezentos e sessenta e cinco dias que, adivinhem só, aparentemente não são delas. Na verdade nem hoje. É aquela velha história de achar bonitinho e moderno uma passeata gay, ser completamente natural um homem se vestir de mulher no carnaval ou ainda colocarem uma única criança negra ou amarela no meio de tantos "branquinhos" em um comercial de shampoo infantil qualquer, para fixarem que o Brasil não é um país racista. Self-titled. Na verdade você até possa achar que tudo isso não faz muito sentido, mas quem disse que pseudo-comemorar o dia de hoje faz?

"I Melt With You" - Saves The Day

March 07, 2004

sHoT gUn_

Tortinhas Adria, Pepsi, reprise do Oscar na televisão e eu estou completamente desacostumado desse tipo de programinha de merda. Sim, nesse exato momento tudo isso é uma merda e alguém venha me pegar urgentemente e me levar, sei lá, para aquele vídeo-game que todos conhecem - e que tem o poder de transformar o mais pobre internauta no ser mais IN da atualidade - porque deu vontade e isso é não-bom. Bem isso da música de "Could you, could you come back? / Come back together / Put yourself on the band / And see us forever", sabe? Claro que você não sabe, porque não faz o menor sentido e eu só quis escrever. E editar, porque eu sempre edito as coisas. Estou reclamando a toa? Provável. Mas o fato é que eu não quero sair aqui e não entendo isso de começarem a me ligar incessantemente depois que o tal namoro acabou e, veja, eu nem vejo tanta graça em Fatboy Slim. Sinceramente ele não vai me fazer despencar até o Flamengo para correr o risco de tomar chuva - a julgar pelo tempo atual - me entupir de areia e encontrar pessoas desagradáveis porque, sim, algumas pessoas desagradáveis vão estar lá. Sem contar a presença de fotologgers mil, pittyboys e, claro, é bem provável que o morro desça em peso. Enfim, vou continuar reclamando. A propósito, mesmo sem nenhum propósito, neste exato momento Clocks já deve ter tocado sem a minha presença e não, eu não estou falando de nenhum relógio, ou seja, esse post não faz o menor sentido se você não levar em consideração o fato de que quando eu não tenho nada de interessante para fazer eu apareço para metralhar subjetivismos momentâneos que não interessam a ninguém but me. Period.

"One I Love" - Coldplay

March 05, 2004

Te DeDiCo: AqUeLaS cArNaVaL_

"Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
É o fim."

Bom, de volta ao lar. Ou não, afinal todos dizem que lar é onde o coração está, não é mesmo? Agora você pergunta: - "Que coração?" - e eu vou ter que responder que, como diriam os Los Hermanos, todo carnaval tem seu fim. Não que eu seja um grande entusiasta dessas manifestações carnavalescas, que fique claro. Na verdade meus dias de folião foram sendo deixados para trás desde que eu passei a não mais achar graça em xingar os mascarados-pé-de-pato-comedores-de-carrapato-se-for-homem-vem-aqui-se-for-bicha-fica-aí ou ainda acompanhar a apuração do já comentado Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro munido de um caderninho e caneta para apurar todas as notas, por mais que todas elas já aparecessem enfileiradinhas na tela da televisão. De qualquer forma, eu gostaria de comentar sobre o meu carnaval, que foi muito legal. Mesmo. Nada de praia, trio-elétrico, pessoas com pouca roupa - ok, abstraia isso - calor, marchinhas de carnaval, fantasias e colares havaianos... enfim, se não fosse por certas performances de É o Tchan! e afins, eu poderia dizer que não teve a menor cara de carnaval - o que dentro de um determinado sentido é uma coisa ótima - e talvez não tenha passado pelo mês de fevereiro porque afinal de contas esse tipo de recesso tem cara daquele mês inicial que todos conhecem, certo? A propósito, os dias estão passando rápido demais ou é impressão?

Baladinhas no lugar de praias. DJs no lugar de trio-elétrico. Bois - sotaque francês para não rirem na frente do computador como eu, please - no lugar de colares havaianos. Talvez o mais difícil de se fazer um post retroativo é saber por onde começar. Principalmente quando você mata as saudades que você transformou em post, tem milhares de coisas legais para contar e, veja só, tenho que colocar uma semana dentro de um post. Melhor postar tudo isso de uma vez porque eu sei que deixar tudo isso pendurado no meu pescoço não seria uma coisa boa, principalmente porque dessa vez eu preciso registrar algo para mim, pois não tive coragem de reabrir o caderninho e escrever nele uma outra história por mais que os personagens fossem os mesmos. Claro que eu não vou contar tudo. Claro que eu vou sonegar informações preciosas. Claro que quem não participou de algumas cenas não vai entender muita coisa. Mas se não fosse assim, que graça iria ter? Eu sou chato. Só não venha me cobrar clareza e objetividade pois não sou eu que tenho uma intenção deliberada de criar dissertações só para criar uma imagem que eu nunca pensei que tivesse, é você que me taxa assim. Em todo caso, não creio que há mal algum em abrir um comentário sobre a Cintilante da She-ra só para fazer uma ponte com esmaltes para com isso criticar uma manicure ao invés de simplesmente xingar a pobre coitada diretamente. Bom, mas isso é questão de gosto e gosto é igual a olho mágico. No final das contas tudo isso é uma outra história que merece um post a parte porque críticas embasadas no nada sinceramente não me interessam. Ficou combinado assim? Então continue lendo.

Pois bem, tudo começou depois do turbilhão de crises existenciais, com aquela viagem cretina. Você tem que sair de casa cedo para não ficar preso no engarrafamento mas, graças ao G.R.E.S. São Clemente, você perde minutos preciosos em simples quinhentos metros de asfalto. Tudo bem, não são tão preciosos assim porque depois de um tempo você tem que ficar com a bunda plantada naquelas poltroninhas safadas da Novo Rio esperando duas horas, ali, parado, sem nenhum ar-condicionado, observando a fauna protuberante porque, sim, aparentemente todo mundo decide viajar ao mesmo tempo. Espera daqui, espera dali e eis que você consegue embarcar depois de muita espera. Sequer dormi no caminho porque, veja só, eu preferi ver "Armageddon"(?) e segundo que surgiu - juro que não sei de onde - a versão carioca-a-gente-somos-pobre-com-orgulho daquela família de "O Professor Aloprado" com pessoas gordas e felizes que riam por tudo, apertavam todos os botões possíveis e falavam - gritavam, na verdade - que estavam no meio dos "bacanas". Tudo isso no meio do caminho. Medo. Isso porque você não pôde compartilhar do odor fétido que surgiu do nada e dos protestos da tal família dizendo que seriam acusados de terem soltado suas flatulências por serem pobres. Bom, nem vou comentar sobre isso. Acho que eles só não se divertiram mais do que os alemães que também estavam ali felizes e contentes dançando a Ragatanga e, muito animados, davam comida para os filhotes da tal família, que obviamente tiveram que se infiltrar do meu lado só para quebrar a corrente de viajar com as pernas esticadas. Eu mereço.

Até aí nada mais aconteceu, você deve estar pensado. Grande erro. Atraso. De uma hora. Não entendi aquela "escala". Não entendi aquele lugar medonho. Não entendi porquê só tinha um orelhão. Não entendi aquela fila. Não entendi porquê o único orelhão não aceitava os meus cartões. Enfim, não entendi muitas coisas, mas acho que a Marina também não entendeu porquê eu liguei a cobrar no meio da chuva para avisar que eu iria demorar um pouco. Sorte que ela vai com a minha cara e sorte que a filha dela, ao contrário da sua namoradinha, é paciente e estava sentadinha no local marcado. Ou quase isso. Fofuras, fofuras e toda aquela história. Vamos telefonar? Vamos. E quem disse que o celular da Lica dava sinal? Só depois de muito contorcionismo, olhares e alguns comentários, conseguimos usar o tal celular, que nos brindou com uma bela notícia de que iríamos ganhar uma carona. Que bom, né? Em termos, eu diria, porque a carona só rolou depois de descobrir que a esquerda na verdade era a direita e tudo mais porque, sim, algumas pessoas não tem a menor noção de sentido e com isso a gente sobe e desce escada, eu pego chuva porque o casal citado anteriormente não pode molhar o cabelo e, depois de uma ameaça de receber tiro na cara, achamos o tal carro. Todo mundo indo para o mesmo local, claro. Talvez por isso o apelidinho tenha surgido naturalmente: albergue. Mas pode chamar de BBS, se quiser, porque ali todos os participantes são eliminados juntos, depois de uma semana. Ou não. Sem contar com as pessoinhas que apareciam para dar um oi ou para limpar a casa, como era o caso da gracinha da Iracema e o seu sorriso encantador, mas agora eu não tenho tempo para fazer gracinhas porque começou a chuviscar e depois de colocar a bagagem em um canto, falar com todo mundo e todas essas coisas de quem acaba de chegar, tivemos que correr para o ponto de ônibus porque ficamos sem carona. Hipo! Hipo! "Senhores passageiros, alguém tem uma bala aê?" Acho que as pessoas acharam que estávamos zoando, sabe? Bom, pelo menos conseguimos a tal bala e chegamos sãos e salvos no Atari.

Exatamente, Atari Club. Eu geralmente não colocaria o nome por aqui e me limitaria a escrever "baladinha" mas, veja, eu gosto de provocar. Principalmente quando se trata de um assunto que também renderia um post exclusivo, mas eu não quero falar sobre isso. Não agora. Toda aquela história de ser IN só porque alguém decidiu que é cool colocar seu all star, dizer que é alternativo e ir tirar fotos para pôr no seu fotolog e todo mundo resolveu fazer igual, sabe? Claro que sabe. Pode até não saber que existem pessoas que fazem esse tipo de coisa naturalmente assim como o Pinóquio - que sempre usou suspensórios independente de qualquer modinha internética - mas saiba também que nada é tão glamuroso quando você praticamente já faz parte do staff, conhece todo mundo, entra antes de abrir, sai quando está fechando, ajuda, atrapalha e até sabe sobre a vida da cozinheira, que é carioca, e tem aquele ar de rapper americana. Voltando ao assunto original, revi meus colegueenhas e tudo mais. Aquelas loca. Casa cheia. Muito trabalho e muitas bebidinhas. Pra variar, fotologgers deslumbrados daqui, câmeras dali, flashes acolá e "aiinnn você é o Kinho dos desenhinhos?! Eu visito teu flog e bla bla bla..." é completamente não-bom. Principalmente quando querem tirar fotos suas, te seguram contra sua vontade e seguem(!!!). Maria Clara Diniz perde. Só que, vai, todos somos muito simpáticos e atendemos todos os pedidos, mesmo tapando a cara. Não gosto desse tipo de coisa e talvez não goste de exposição e já que "faz parte do meu show", as pessoas deveriam respeitar certas regrinhas básicas. Tudo isso porque eu sou "elitista", "famosinho", "ando com pessoas conhecidas" e outras diversas acusações do gênero. Bite me, I´m famous. Bãããã. Quer saber? Vamos "causar" com ele, que ataca os inimigos e foi o dono das cenas e frases mais hilárias da noite. Vingança. Mwahaha. Quem não chora não mama e ele estava reclamando disso. Também tive uma conversa séria porque, sim, eu consigo fazer coisas do tipo, eu acho. Mesmo comparando com comida, claro. No final das contas, acho que rendeu alguma coisa. Ou não, afinal de contas She Never Sleeps. Enfim, todas as coisas que seres normais fazem nas famigeradas baladinhas.

Depois de tudo isso, nada mais natural do que um bom descanso, huh? E depois? Bom, programinhas caseiros com boa companhia são sempre agradáveis. E, adivinhe só, não é que eu comi o famigerado Yakissoba? Pois é. Todos festejaram por eu comer camarão, mas não foi dessa vez que eu provei café. Aliás, "que exótico tomar café". Melhor que isso só a boca de cinzeiro do Nico, que ficou amigo do Nelson, que continua cativando multidões. Só não tirou foto com o Atariscleuso, mas fica para uma próxima vez. Pois bem, fotos, pizzas e muitas piadinhas internas. Aquelas elitista. Sucesso! Mas, enfim, prossiga... Algumas pessoas resolvem sair enquanto eu fico deitado vendo Mulholland Drive com uma certa pessoa tuberculosa, sabe? Aliás, não-vendo porque, além de tudo, eu faço perguntas que não cabem. Mas que parecia babosa, parecia. Vou deitar. Pra quê? Pra acordar espirrando. Começo de epidemia. Quem se importa? Ninguém. Porque ninguém tem piedade e lá vamos ela e eu atrás de cigarrinhos. Que incoerente, huh? O point do pedaço era a tal da padaria e o mais legal é que a variedade de opções é tanta que tudo deve acabar muito rápido, pois não, não tem nada. Nem Marlboro Light Box, diga-se de passagem. Por isso fomos até um boteco e, meodeos, só homem barbudo, barrigudo, mal encarado e eles tocam forró e todo mundo olha pra cara da gente. Vai ver gostaram das minhas meias e aparentemente a pseudo-pegação não colou muito, vai saber. Todos se reuniram novamente. Nada melhor do que dançar Aicha depois de muito tempo e, claro, a nova sensação do pedaço: BJ Crosby e as melhores caretas ever. Várias performances de Hound Dog e Fools Fall In Love com o ele. Sensacional. De verdade. Arrepios de todos. A propósito, todo mundo se arrumando junto deixa tudo com um ar de camarim. Dançando na frente do espelho, claro. Trilhas sonoras mais variadas possíveis e os melhores passinhos sempre. Acessórios, acessórios. O que mais? "Balada", claro.

Como não estava me sentindo muito bem, até que fiquei paradinho. Pessoas sem bebidinhas não são as mesmas e o resto estava trabalhando ou não estava no local. Mais uma vez aparece uma pequena caravana que, muito animada - lê-se bêbadas - sentam do meu lado para puxar papo e querer tirar foto. Eu juro que eu não entendo essas manifestações. De qualquer maneira pessoas simpáticas me emprestam agasalho, falo besteira, me entopem de remédios e querem depositar dinheiro na minha conta para que eu volte mais vezes. Ou as pessoas estão com dinheiro sobrando ou eu estava vivendo uma realidade paralela onde eu sou popular e todos me adoram. Fato. Vontade de discursar como aquela mulher que disse que eles realmente a amavam. Eu disse que eu não estava animadinho? Pois bem, não fui só eu porque algumas pessoas não sabem beber. E eu não estou falando de mim. Juro. Mas acho que isso é desnecessário. Fomos pros bastidores onde ficamos um bom tempo comendo batatinhas e ouvindo as novas idéias revolucionárias dele, que consegue ter menos equilíbrio do que eu quando o assunto é salto alto. Saímos de lá e o dia seguinte foi todo mundo de molho. Estão acompanhando as passagens de dia? Eu não. Mas juro que estou tentando escrever o mais cronologicamente correto possível. Então, consegui acordar piorzinho no dia seguinte, sabe? Tosse, tosse. Espirros, espirros. Onde está a minha garganta, hein hein? Overdose de remédios. Cada hora alguém diferente com algo diferente. Pelo menos deu barato. No auge da maluquice e da falta do que fazer, vamos dividir personagens? Sean - Winona Ryder em "Girl, Interrupted" e Clover de "She Spies". Paula - Katie Holmes em "Dawson's Creek" e Patty Maionese de "Doug". Fer - Johnny Deep em "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" e Maga Patalógica(?). Charlie - Toni Colette em "O Casamento de Muriel" e a Vaca de "A Vaca e o Frango". Eu fiquei com Tobey Maguire em "Spider Man" e o Bobby de "O Fantástico Mundo de Bobby". Posso dizer que eu não entendi o porquê? O caso é que não é nada físico, infelizmente, é só porque o rapaz é bonzinho, fofo e diferente. Pfff...

Na quarta-feira o clima chuvoso que nos acompanhou até agora continuava e eu não cheguei a virar cinza. Não melhor o suficiente para encontrar alguém, mas sempre tem aquela coisa de quando a montanha não vai a Maomé, Maomé vai até a montanha, né? Pois é. Maomé veio e o mundo dele caiu. Assim, bem Wanessa Camargo. Segundo ele, eu tenho um olhar leonino e me comporto como um leonino e, sendo canceriano, isso não faz o menor sentido porque seres que não se comportam de acordo com o signo fazem com que todo o seu mundo astrológico não faça sentido, pobrezinho. Isso porque você não viu a expressão que ele fez quando ficou sabendo que certos cancerianos maltratam certos arianos. Enfim, pelo menos ele pode constatar que eu sou feio, baixo, gordo e negro. Dos males o melhor porque felizmente ele não perguntou onde estavam minhas asas e não fez piadinhas sobre minha condição de anjo. Papo vai, papo vem e para um enfermo - quem lê isso e outros blogs por aí pensa que eu estava com ebola - até que eu estava animadinho. Palmas para as grandes imitações de Fer - com sotaque interiorano porque, veja só, todo mundo tem alguma historinha relacionada com o cu do mundo - que esbanjou sensualidade nas performances de Gata Molhada, as Spice Girls na nave de "Spice Up Your Life" e, obviamente, a grande dublagem de Toxic. Isso porque eu não comento sobre as perninhas da Victoria e aquele salto alto, já comentado anteriormente, que não conseguiu me deixar alto. Aquelas anã. BJ Crosby bombando. "Stop" também. Pessoas perdendo a linha e destroncando o quadril achando que é a Carla Perez e o resto lá sentadinho no sofá até que o dia passa e todos se despedem. Cool.

Como o mundo não pára, vamos alugar filminhos e todo mundo se debulha em lágrimas assistindo "As Horas". Todo mundo vírgula porque por mais que eu tenha aprendido a gostar do filme dessa vez, já que prestei atenção, chorar é algo meio... surreal. Além do que eu estava muito ocupado fazendo caretas por conta do tal Vicky Pirena, que rendeu a seguinte musiquinha: El Kinho chiquitito quería espirrar, probaba y probaba y no podía espirrar. A Sean su amiga lo quiso ayudar y un Vicky Pirena le hizo tomar. ¿Y qué pasó? Tuberculosiiiis, Kinho con Tuberculosiiiiiis..." Risadas e mais risadas. A semana está acabando, mas ainda sobra espaço para encontros, bebidas e tudo mais. Mais um dia. Assistimos "O Chamado". Pra variar, uma palhaçada só. Pessoas que gritam e levam sustos homéricos e o telefone estrategicamente combinado para tocar e uma voz conhecida para falar "Sete dias". Nem precisa dizer que todo mundo cai na gargalhada ao saber que quem produziu o vídeo foi praticamente uma drag. Mais um casal chega e a frescura toma conta do local. Sustos. Vamos sair? Que nada! Remédio com Vodka é o que há porque, sim, eu sou burro, sabe? Resultado? Aqui. Sem contar que ela e eu fomos novamente até a padaria e voltamos gargalhando pela rua porque encontramos uma bala liquida que mais parecia, sei lá, lança-perfume? Hilário. Melhor que isso só as historinhas bizarras que saíram naquele caderninho, as tentativas de jogos pseudo-eróticos e tudo mais. Deu pra notar que eu melhorei a olhos vistos, huh? Ao contrário dele, que ficou ruim. Bom, muitas coisas, muitas coisas. Dormimos, acordamos e, voi là, minha primeira chapinha. Ficou horrível, mas foi apenas pura sacanagem. O casal de nenéns número um foi pra casa e nos encontramos novamente quando elas entraram molhadinhas na balada. Revi pessoas de outros carnavais, simulações e muita merda com AP e conheci pessoinhas simpáticas e outras não-tão-simpáticas do fotologworld. Muitos Gabriels, sabe? E isso não tem nada a ver com a última frase. O fato é que eu sou lerdo e não entendo olhares, mas acho que essa frase complicou tudo e ninguém vai entender nada. Acho que nem eu, depois de um tempo.

Tudo bem, penúltimo dia, que na verdade seria o último de divertimentos. Como todo "último dia" nunca é completamente agradável, já dava pra perceber o que iria acontecer. Ressaca? Pessoas acordando doente rumo ao hospital e eu fiquei jogadinho o dia todo ilhado, sem vontade de lavar louça - ha ha ha - e comendo biscoito com leite enquanto pessoas ocupavam o telefone falando com os trocentos pretendentes. Uma beleza. Tudo se resolve e todos rumo ao trabalho. Adivinha onde? Duh. Uma hora atrasado, é verdade, mas quem se importa? Foi uma boa causa, afinal de contas todos tivemos que decorar que a pressão estava 10x6 e a farmácia parou para nos observar. Que_discretos. A tal história do último dia se reverteu. Conheci pessoinhas legais, que literalmente empurram pessoinhas legais em sua direção, que são amiguinhos de pessoinhas legais que estavam discotecando musiquinhas legais. "Bad Reputation" e "Mr Postman" seguidinhas. A pista estava bem animada e o empurrão foi válido e rendeu comentários, mesmo que eu não goste disso, e tudo foi bem legal até as pessoinhas legais irem embora. Óhmeodeos, como eu sou subjetivo! Mas, vai, você entendeu tudinho porque, ao menos pra mim, esse tipo de coisa é novidade. Depois disso, conversa com o pai(?) do Drakinho e ficou tudo conversadinho. Muitos diminutivos. Acho que rola Fat Boy Slim. Será? O tempo não espera. Quase indo embora, me convidam para ir catar troco pelas ruas da cidade. E lá vamos nós falar com os taxistas e perguntar se eles tem trocado. Não, ninguém tinha. Mas o passeio foi rentável de alguma forma, mesmo sabendo que pessoas fazem coisas que elas dizem se arrepender depois. Cancerianos maltratam ou provocam arianos? Essa história rende um livro. Ou pelo menos um gibi. Nós não temos credibilidade nenhuma. A outra parte menos ainda, mas isso é uma outra história. Falando nisso, psiu, senta para vomitar, minha filha. ”Bafão”, como costumam dizer. E olha que nem comeu aquele cachorro-quente assassino que faz a barriga roncar loucamente. ”Meu, que poooorca.” Gaste no sotaque paulistano e ria muito. Mais alguma coisa? Despedidas, despedidas e despedidas. Odeio despedidas. Impossível citar todo mundo. Aquelas agradecimentos. Pela moradia, pela recepção, pela preocupação, pelos cuidados, pelos remédios, pela paciência. Por ser minhas mãos e pés várias vezes me levando até os lugares, buscando as pessoas e tudo. Pelas risadas, pelos acessórios, pelo salto alto, pela jaqueta, porque a gente causa, porque a gente canta. Porque agora eu sou o seu segundo bebê por maioria de votos. Por mais esses dias maravilhosos. Por tudo, de verdade.

Uma rápida passadinha em casa para pegar as coisas e ir embora sem vontade e sem dormir. Não-bom. Mau humor. Como não poderia deixar de ser, entro no ônibus e tem uma velha com uma criança sentada no meu lugar. De uma forma bem gentil e delicada, pedi para que a anciã se retirasse porque, sim, se eu já não estava muito contente com a idéia de viajar no corredor, o que dirá ficar verificando a passagem de terceiros? Como eu sou muito bom, ofereci o lugar no corredor para que a senhora ficasse mais próxima dos seus netinhos e fui na janela. Que_sacrifício. Dormi e quando acordei o fedelho já não estava mais ao meu lado. Meu sonho se realizou. O seu também, porque o post acabou e se você estava esperando uma frase engraçadinha ou uma anedota qualquer, sinto lhe informar que você leu tudo isso em vão pois soube desde o começo que todo carnaval acaba. Agora só falta saber se alguém escreveu algo sobre a semana santa.

"You and Me Song" - The Wannadies